A partir de 1983, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), inicia-se um processo de desenvolvimento da área de educação ambiental, que culmina com a criação, já nos anos 2000, de disciplinas para graduações e pós-graduações. As disciplinas têm em comum a perspectiva de estudantes protagonizarem a sua própria formação como profissionais e cidadãos/cidadãs. Ancoradas em perspectivas teóricas relacionadas ao ambientalismo, utopismo e educação emancipatória, desenvolvem duas técnicas destacadas no presente artigo: Mínima/Máxima Intervenção Possível (MIP) e Diário de Bordo. A pesquisa que fundamenta o presente artigo é qualitativa, utilizando a observação participante, avaliações processuais e intervenções educadoras junto aos estudantes das mencionadas disciplinas. Os resultados demonstraram-se positivos sob o ponto de vista do envolvimento e participação, restando questionamentos sobre o real aprofundamento de conteúdos específicos. É perceptível o desenvolvimento do protagonismo, autonomia e capacidade de articulação de conteúdos e ações nos estudantes. O uso das técnicas citadas sugere favorecer o desenvolvimento de sujeitos comprometidos com transformações de seu território e apresenta-se como proposta de aprimoramento de processos de ensino aprendizagem na educação superior.
Diante do desafio de romper hierarquias entre conhecimentos na inserção das plantas medicinais e fitoterápicos no Sistema Único de Saúde (SUS), o presente artigo tece reflexões a partir da pergunta “Como a Educação Ambiental pode contribuir para a emergência de saberes silenciados na implementação de farmácias vivas”? Utilizamos como referencial os conceitos de ecologia de saberes e de comunidades interpretativas, ambos cunhados por Boaventura de Souza Santos e sugeridos no Programa Nacional de Formação de Educadores Ambientais (ProFEA). O trabalho indica que processos educadores ambientalistas tem a potencialidade de fomentar uma construção coletiva de conhecimentos sobre plantas medicinais e fitoterapia, contribuindo para a implementação de farmácias vivas.
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