A prática de atividade física, aliada a hábitos alimentares saudáveis, é considerada eficaz na prevenção de doenças crônicas não-transmissíveis, principalmente, do sobrepeso e da obesidade, tanto que a Organização Mundial de Saúde recomenda a realização de exercícios físicos de forma frequente desde a adolescência, como forma de evitar quadros nutricionais indesejáveis. Nesse sentido, a presente pesquisa buscou avaliar as implicações da inatividade física e de práticas alimentares inadequadas sobre o perfil nutricional de adolescentes com idade entre 15 e 18 anos, matriculados em uma escola pública de ensino médio de tempo integral do município de Fortaleza/CE, Brasil. Para tanto, foi realizado o levantamento dos dados antropométricos deste público, assim como a aplicação de questionário validado, contendo interrogações acerca de seus modelos de alimentação e práticas de atividades físicas. Observou-se, portanto, que a maioria dos alunos, independente do estado nutricional, realiza atividade física, contudo, grande parte dos que apresentaram sobrepeso e obesidade não souberam informar a frequência e o tempo dedicados a elas. Constatou-se, ainda, que os estudantes com sobrepeso, obesidade e obesidade grave realizavam exercícios físicos em um tempo diário inferior ao recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Quanto às práticas alimentares inadequadas, essas se destacaram em todos os grupos, mas em menor frequência entre os obesos. Pôde-se concluir que a realização de atividade física com frequência e tempo determinados são de extrema importância e deve ser orientada pelas autoridades de saúde, para que, aliada a hábitos alimentares saudáveis, previnam-se os quadros nutricionais indesejáveis.
Inúmeros fatores justificam o aumento do número de casos de sobrepeso e obesidade entre a população brasileira nas últimas décadas, entre eles a inserção da mulher no mercado de trabalho, realidade que altera a estrutura familiar e os modelos de alimentação, sobretudo, de crianças e adolescentes. A presente pesquisa objetiva avaliar os impactos da inserção feminina no mercado de trabalho sobre o estado nutricional de escolares adolescentes, por meio da análise dos hábitos alimentares e do perfil antropométrico de 67 estudantes do 1º ao 3º ano do ensino médio, de uma escola pública de tempo integral no município de Fortaleza/CE. Essa avaliação foi viabilizada pela aplicação de questionário validado junto aos alunos e pela leitura de seus dados antropométricos, utilizando como parâmetro os gráficos de referência das curvas de crescimento da Organização Mundial de Saúde (OMS), onde esses valores foram correlacionados com a idade e o sexo dos voluntários e convertidos em escores-z. Assim, pode-se perceber que 53,8% dos estudantes com sobrepeso têm suas mães inseridas no mercado de trabalho, 80% dos alunos obesos aparecem entre o grupo de famílias sustentadas pela mãe e 50% dos que receberam diagnóstico para obesidade grave estão entre os adolescentes providos pela figura materna. Dessa forma, pondera-se que a mulher ainda desempenha o papel de cuidado no contexto familiar e que se faz urgente a implementação de ações de Educação Alimentar e Nutricional nas escolas no sentido de promover, entre os alunos, práticas alimentares saudáveis por meio do desenvolvimento de sua autonomia.
Este artigo teve como objetivo apresentar, analisar e discutir dados sobre o consumo alimentar de escolares adolescentes e suas fontes de informações a respeito de saúde e alimentação e destacar a importância de uma alimentação saudável e do processo de reeducação alimentar de adolescentes por meio das escolas e de suas famílias. Para isso, foram realizadas pesquisas bibliográficas e de campo, com levantamento e análise de dados em um estudo transversal com 67 adolescentes escolares de idade entre 15 e 18 anos de uma escola pública de ensino médio de tempo integral. Aplicou-se um questionário validado contendo informações sobre consumo alimentar e fontes de informações sobre saúde e alimentação. A pesquisa mostrou que 59,16% dos alunos pesquisados nunca ou quase nunca ingerem alimentos in natura, enquanto 43,86% ingerem alimentos ultraprocessados, no mínimo, de duas a quatro vezes por semana. Isto é um dado preocupante, pois o não consumo adequado de alimentos in natura, aliado ao alto consumo de ultraprocessados é um fator de risco para o início de doenças crônicas não-transmissíveis. Por fim, destacou-se a importância dos pais e da escola como fonte de informação sobre saúde e alimentação, já que 68,09% dos que tinham consciência sobre uma boa alimentação obtiveram informações em casa e 40,43%, na escola. Recomenda-se novas pesquisas e políticas públicas voltadas para a Educação Alimentar e Nutricional, que garantam a segurança alimentar dessa população.
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