O presente artigo objetivou analisar o contexto epidemiológico brasileiro da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) temporalmente associada à Covid-19. Para tanto, realizou-se um estudo estatístico e descritivo, pautado pela interpretação de dados coletados nas plataformas das Secretarias de Saúde das 27 unidades federativas do país e que abrangeram o período entre o primeiro caso confirmado da síndrome, em 2020, até junho de 2021. Os parâmetros investigados versaram sobre o número total de casos e de óbitos, bem como à distribuição entre estados, sexos e faixas etárias. Foram registrados 1010 diagnósticos e 65 óbitos desencadeados pela síndrome, indicando uma taxa de letalidade de 6,4%. 55,4% dos casos foram descritos no sexo masculino, enquanto os óbitos, por sua vez, foram mais comuns em meninas, representando, aproximadamente, 76% das mortes verificadas. A faixa etária de maior acometimento da SIM-P foi entre 0 e 4 anos de idade. A maior parte dos casos e das mortes pela síndrome ocorreram na região sudeste, sobretudo no estado de São Paulo, que comportou 19,1% do total de diagnósticos e 18,4% da totalidade de falecimentos do Brasil. A SIM-P representa condição grave associada à infecção pelo SARS-CoV-2 e, por isso, exige cautela por parte de crianças, adolescentes e de seus familiares quanto à adequada adoção de medidas preventivas recomendadas para a Covid-19. Ainda que se trate de tema recente, os números já notificados no país são suficientes para que pediatras e generalistas obtenham o devido conhecimento médico para o diagnóstico precoce desta síndrome, permitindo a redução dos desfechos negativos e seu melhor prognóstico.
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