Este trabalho analisa o surgimento e a produção do Coletivo FotoBahia, em Salvador, no final dos anos 1970, com o objetivo de colocar em discussão os propósitos de suas atividades, a elaboração da linguagem fotográfica e sua inserção na produção cultural baiana. Tomamos como documentos de trabalho as imagens dos catálogos de 1979 e 1980, o jornal FotoBahia de 1981 e os textos que lhes acompanham, situando-os naquele momento. Ambos, fotos e textos, permitiram perceber o engajamento criativo daqueles fotógrafos e a tentativa de abertura para uma produção diversificada e abrangente que escavasse um novo lugar para suas imagens e seu reconhecimento.
Como primeiros resultados de pesquisa, analisamos, neste texto, a ocorrência do gênero do retrato nos catálogos intitulados “FotoBahia”, publicados em Salvador, pelo Grupo de Fotógrafos da Bahia, entre 1979 e 1984. Situando essa produção na história da fotografia documental e do fotojornalismo da segunda metade do século XX, tomamos as imagens e os textos que lhes acompanharam e que serviam para veicular as práticas do referido Grupo como ferramentas de trabalho para a compreensão de como o retrato foi pensado como forma visual e como metáfora para o lugar da fotografia. Abordamos, ainda, aspectos da constituição e da margem de experimentação de um tipo de imagem cuja produção desembocava nas controvérsias travadas em torno do papel e dos usos da fotografia, no final da ditadura militar.
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