Resumo: Propõe-se, neste artigo, analisar a contribuição da produção social de quatro intelectuais que trabalharam nos primórdios da Universidade de Brasília com relação à teoria marxista da dependência. São utilizados textos e memoriais produzidos à época e duas entrevistas realizadas recentemente, além da bibliografia sobre o assunto. Encontrou-se evidência de que a Universidade de Brasília foi lugar de embate teórico travado entre funcionalismo e marxismo, da necessidade de fundamentar a produção analítica dos intelectuais com o aporte metodológico e teórico do marxismo, da realização da crítica sobre a concepção da relação entre países que fazem parte do sistema mundial como desenvolvidos e subdesenvolvidos, sem com isso envolver uma relação de exploração, embora se tenha encontrado nos textos referências e raízes de elementos da teoria da dependência, tal como o mecanismo da exploração redobrada pela burguesia nacional e pelo capital internacional. O artigo destaca a formação militante de pelo menos três dos quatro intelectuais nas fileiras da Organização Revolucionária Marxista -Política Operária (Polop) e sua influência sobre a atuação política e a necessidade da revolução socialista.Palavras-chave: teoria marxista da dependência, desenvolvimento, subdesenvolvimento, império, Universidade de Brasília.
O presente artigo tem por objetivo lastrear o desenvolvimento inicial das concepções sobre a vertente marxista da teoria da dependência ainda no calor do embate político no Brasil entre 1959 e 1963. O texto se debruça sobre a formação e desenvolvimento da Organização Revolucionária Marxista Política Operária através da análise de alguns documentos políticos da organização, conclui com algumas aproximações desta organização com as contribuições de Lenin em Que Fazer?.
Resumo: O presente artigo defende a ideia de que o debate sobre a dependência na América Latina foi principalmente um debate sobre as possibilidades abertas pelo desenvolvimento de um capitalismo específico. Isso determinou que o avanço do debate girasse ao redor da disputa entre socialismo e reformismo, porém sem abrir mão de produzir uma importante contribuição teórica às ciências sociais brasileira e latino-americana. Consideramos que a transição do debate sobre a dependência ao campo marxista propiciou sua elevação ao status de teoria, entendida como parte do referencial teórico-metodológico iniciado por Marx, sobretudo, a partir da contribuição de Ruy Mauro Marini.Palavras-chave: Teoria da dependência. Teoria social latino-americana. Ruy Mauro Marini.
From dependentismo to the Marxist theory of dependency: a critical synthesis of this transitionAbstract: This article advocates the idea that the debate about the dependence on Latin America was primarily a debate around the possibilities opened up by the development of a specific capitalism. It determined that the advance of the debate revolve around the dispute between socialism and reformism, however without giving up to produce an important theoretical contribution to the Brazilian and Latin American social sciences. We believe that the transition from debate about the dependency to the Marxist camp provided its elevation to the status of theory, understood as part of the theoretical-methodological started by Marx, especially the Ruy M. Marini contribution.
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