Resumo Objetivou-se identificar determinantes sociais em saúde associados à vivência da fome entre adolescentes escolares brasileiros. Foi realizado um estudo transversal com microdados de 16.526 adolescentes da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015. A vivência da fome foi estimada considerando a frequência com que o adolescente havia ficado com fome por não ter comida suficiente em casa no mês anterior à pesquisa. Para a análise dos determinantes sociais em saúde foi realizada Regressão de Poisson com variância robusta. Verificou-se, no Brasil, que a vivência da fome foi de 22,8% (IC95%: 21,9-23,7) entre adolescentes. Essa associou-se diretamente ao sexo masculino (RP=1,12; IC95%: 1,07-1,16), a não ter excesso de peso (RP=1,08; IC95%: 1,04-1,13), ao consumo irregular de feijão (RP=1,20; IC95%: 1,13-1,26), de legumes e verduras (RP=1,16; IC95%: 1,09-1,22) e de frutas (RP=1,19; IC95%: 1,13-1,24), à insatisfação corporal (RP=1,26; IC95%: 1,18-1,35) e ao consumo irregular de almoço ou jantar com os responsáveis (RP=1,41; IC95%: 1,32-1,52); e inversamente ao gradiente de escolaridade materna, e às macrorregiões do complexo Centro-Sul. Os resultados indicam a coexistência da fome, comportamentos alimentares de risco nutricional, insatisfação corporal e condições de iniquidade social entre adolescentes brasileiros.
The aim of this study was to identify social determinants of health associated with the experience of hunger among school-age adolescents in Brazil. We conducted a cross-sectional study with a sample of 16,526 adolescents using data from the 2015 National School-based Student Health Survey. Experience of hunger was determined based on the answer to the question “In the last 30 days, how often have you been hungry because there wasn’t enough food at home?” The social determinants of health were analyzed using Poisson regression with robust variance. The prevalence of the experience of hunger was 22.8% (95%CI: 21.9-23.7). The experience of hunger was directly associated with being male (PR = 1.12; 95%CI: 1.07-1.16); not being overweight (PR = 1.08; 95%CI: 1.04-1.13 ); irregular consumption of beans (PR = 1.20; 95%CI: 1.13-1.26), vegetables (PR=1.16; 95%CI: 1.09-1.22) and fruit (PR = 1.19; 95%CI: 1.13-1.24); body dissatisfaction (PR = 1.26; 95%CI: 1.18-1.35); and not regularly eating lunch or dinner with parents or guardians (PR = 1.41; 95%CI: 1.32-1.52). An inverse association was found between the experience of hunger and maternal education level and living in the Mid-West, Southeast and South. The findings show that the experience of hunger among Brazilian adolescents coexists with risky eating behaviors, body dissatisfaction, and social inequality.
Nosso objetivo é compreender a comensalidade como um fenômeno da sociedade, que se modifica no mundo contemporâneo, a partir da obra O pai Goriot, de Balzac. A história se passa em uma pensão de um bairro decadente de Paris, chamada Casa Vauquer. Nesse ambiente, a mesa aparece como palco de práticas alimentares, bem como de desentendimentos e desarmonias na vida em grupo ou em comunidade. Que comunidade é essa? Para pensá-la utilizaremos as noções de comunidade inconfessável e inoperante de Maurice Blanchot e Jean-Luc Nancy. Essas comunidades não são possíveis na comunhão, mas sim no estranhamento. Com essa base pensamos na mesa da Casa Vauquer como um espaço de hostilidade e hospitalidade, que apresenta marcas do individual e do coletivo e onde prevalecem conflitos e desordens.
Comer é um ato de prazer, mas não para quem sofre com a anorexia e a bulimia. Muitas das pessoas que convivem com transtornos alimentares usam as redes sociais para criar uma comunidade de exaltação a essas doenças. Realizamos análise temática de 156 tweets pró-Ana e pró-Mia postados no período de 21 de agosto a 26 de agosto com o objetivo de problematizar o tema da alimentação. A obsessão pela magreza, as técnicas utilizadas para emagrecer e o desejo pela comida foram os temas discutidos.
Introdução: O crescimento de transtornos alimentares entre adolescentes demanda a identificação de comportamentos alimentares desordenados e de determinantes sociais relacionados a esses agravos. Objetivo: Avaliar as prevalências de comportamentos alimentares desordenados (CAD) entre adolescentes escolares brasileiros e suas associações com determinantes sociais em saúde. Metodologia: Foram avaliados 16.556 adolescentes da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015. Regressões de Poisson estimaram modelos multivariados relacionados a métodos compensatórios inadequados para controle de peso (laxativos/purgativos ou medicamentos/produtos). Resultados: A prevalência dos CAD para perda de peso no grupo foi 11,3% (IC95%:10,6-12,0%) tendo como fatores associados: sexo masculino, cor/raça não branca, 14 anos ou menos, excesso de peso, insatisfação com a imagem corporal, frequentar fast food, trabalhar, não realizar regularmente refeições com responsáveis, ter mães com menor escolaridade, domicílio com cinco ou mais moradores, vivência da fome no domicílio e estudar em escolas públicas. Conclusão: Esses comportamentos desordenados para perda de peso foram mais prevalentes entre adolescentes com maior insatisfação corporal e vivendo em situações de mais vulnerabilidade social.
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