prazer que apresentamos este número especial da Revista Ensaio, intitulado "Dialogando Saberes -pesquisa e prática de ensino na formação de professores de ciências". Nele, através de trabalhos exemplares do que tem sido produzido na Prática de Ensino do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFMG, pretendemos apresentar um panorama dessa produção e das suas implicações às discussões sobre a relação entre pesquisa e prática docente que têm despontado na literatura em ensino de ciências.No momento em que amplas discussões sobre a Reforma Curricular têm se colocado nas IFES, consideramos que este se torna um espaço privilegiado para um debate sobre como a formação de nossos futuros professores têm sido encaminhada nos diferentes cursos de licenciatura dessas instituições. Organizamos este artigo i ntrodutório em duas partes principais. Inicialmente, procuramos situar nossa experiência no contexto destas discussões acerca da formação inicial de professores, apontando o seu significado e contribuição para o debate. Na segunda parte do texto, apresentamos uma breve descrição dos trabalhos deste número especial.
A Prática de Ensino em Ciências
Este trabalho apresenta dados da dissertação de mestrado O Papel da Escola na Educação Ambiental: experiências e perspectivas de professores, na qual investigamos o que os professores consideram relevante para a abordagem de temas de Educação Ambiental (EA) na escola. Para tanto, levantamos e classificamos experiências e perspectivas de professores com relação à EA no ensino formal. No presente artigo, enfatizamos: (i) a estratégia metodológica que utilizamos nesse levantamento e (ii) a maneira como os saberes docentes permeiam as experiências e as perspectivas desses professores. Esta pesquisa, através da composição de um repertório de conhecimentos sobre educação ambiental em espaços formais de ensino, sinaliza a importância dos saberes docentes para a formação desses profissionais e para a pesquisa em educação ambiental.
Este trabalho investiga as contribuições da realização de saídas de campo para o ensino de ciências, a partir da realização de uma aula numa escola pública da rede municipal de São Gonçalo (RJ) e posteriormente de uma saída de campo no Parque Estadual da Serra da Tiririca (RJ). A coleta de dados aconteceu por meio da confecção de desenhos que representaram ameaças ao meio ambiente abordadas em sala de aula e após a saída de campo. Como resultado, o estudo obteve 24 desenhos, nos quais foi constatado que, após a realização da saída de campo, os estudantes enxergaram de forma integrada e contextualizada as ameaças que podem ocasionar perda de biodiversidade, e uma maior ocorrência de posicionamentos críticos em relação aos casos de injustiça e de crimes ambientais. Os alunos também expressaram admiração e respeito pela biodiversidade e pelo movimento social de criação da unidade de conservação. Concluiu-se que o uso de saídas de campo é benéfico para: a integração e contextualização de conteúdo, sobretudo aqueles que estão ligados à degradação ambiental; potencializar a promoção de uma alfabetização científica; e contribuir para a promoção da conscientização quanto às injustiças ambientais.
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