Resumo As concepções de trabalho resultam de um processo de criação histórica, no qual seu desenvolvimento e propagação são concomitantes à evolução dos modos e relações de produção, da organização da sociedade como um todo e das formas de conhecimento humano. Nesse sentido, considerando as mudanças associadas ao trabalho ao longo da história, este artigo tem por objetivo analisar como estudos atuais de pesquisadores brasileiros enfocam os temas sentido e significado do trabalho, por meio da análise de artigos relacionados aos temas em periódicos da área de Administração do país. Foram selecionados 15 artigos que abordam o tema trabalho, publicados em periódicos associados à base Scientific Periodicals Electronic Library (SPELL), no período de 2008 a 2015. Esses estudos foram submetidos ao método da análise de conteúdo. Os resultados sugerem que o trabalho continua sendo um tema relevante de investigação, dado que constitui um dos valores fundamentais do ser humano e que ainda exerce importante papel com vistas à sua autorrealização e sua subjetividade, bem como contribui para o desenvolvimento de sua identidade.
A Uber é uma startup que oferece o serviço de transporte de passageiros desde meados de 2014 em algumas cidades do Brasil. No país, assim como ocorreu em outras partes do mundo, a empresa alcançou uma projeção rápida, com muitos usuários e motoristas cadastrados. O desemprego, o discurso da flexibilidade e a promessa de ganhos altos e fáceis podem ser fatores que expliquem tamanha adesão dos motoristas. Contudo, cabe observar que formas de flexibilidade são consideradas formas de precarização do trabalho. Identificou-se, ao longo da pesquisa, estudos sobre a empresa, mas não que analisassem empiricamente o trabalho dos motoristas. Sendo assim, o objetivo principal deste artigo é analisar o trabalho dos motoristas da Uber sob o enfoque da precarização, a fim de verificar se ele tem características de um trabalho precário. A pesquisa é de natureza qualitativa, realizada por meio de entrevistas semiestruturadas em profundidade com os motoristas na cidade do Rio de Janeiro. Os relatos foram tratados por meio da análise de conteúdo. Os resultados apontam para várias características de um trabalho precário e os motoristas, de alguma forma, o reconhecem como tal, pela renda baixa, exploração e jornada de trabalho excessiva.
A ampliação das estruturas de controle por meio das tecnologias de informação e comunicação: a onipresença do "pan-óptico eletrônico" no setor bancárioThe increase of control structures through information and communication technologies: the omnipresence of the "electronic panopticon" in the banking sector ResumoEste artigo analisa, a partir do atual contexto econômico brasileiro, as novas configurações de controle no processo de reestruturação e modernização produtiva dos bancos privados. O setor bancário foi escolhido como objeto de estudo por ter passado por reestruturações a partir da década de 1970, incorporando inovações organizacionais e tecnológicas por meio da adoção de novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) que continuam sendo utilizadas. Nesse contexto, o objetivo deste artigo é descrever aspectos do controle do trabalho por meio da intensificação do uso das TICs, bem como analisar a percepção dos trabalhadores sobre esse controle. Essa temática é relevante, tendo em vista que a utilização das TICs nos dias atuais é objeto de estudo fundamental na gestão estratégica das organizações. Entretanto, observa-se que as pesquisas e os trabalhos acadêmicos referentes à adoção das TICs baseiam-se majoritariamente em uma perspectiva funcionalista. Este estudo apresenta um contraponto, na medida em que analisa novas formas de controle sob uma perspectiva crítica, dando ênfase às práticas que ocultam a manipulação da subjetividade, a dominação e o controle dos funcionários. Pretende-se destacar como a estrutura de controle na contemporaneidade é apoiada pelas TICs e sustentada por uma dimensão política e ideológica. Foi realizada uma pesquisa de campo em vários bancos utilizando entrevistas semiestruturadas com gerentes e caixas. Os depoimentos apontam que o controle coercitivo e punitivo anterior deu lugar a um tipo de controle mais sutil, que inclui mecanismos de adesão ativa e cooperante desses profissionais. Palavras-chave:Controle e trabalho. Tecnologias de informação e comunicação. Setor bancário.Artigo submetido em 15 de novembro de 2012 e aceito para publicação em 18 de março de 2013.
Diante das mudanças no perfil demográfico da população brasileira, com a elevação no número de idosos, o tema envelhecimento populacional tem sido bastante estudado por áreas das Ciências Humanas e da Saúde. No entanto, ainda encontra-se uma grande lacuna no que diz respeito a esses estudos na área de Administração. O objetivo do presente artigo é compreender o sentido do trabalho para o professor idoso de ensino superior. Com a finalidade de dar suporte ao estudo, são resgatadas teorias acerca da centralidade do trabalho, envelhecimento e sentido do trabalho, aposentadoria e sobre a docência. A pesquisa é de natureza qualitativa e os dados foram coletados por meio de pesquisa de campo. O corpus de entrevistados foi composto por 16 docentes. As entrevistas realizadas em profundidadeforamanalisadas por meio do método da análise de conteúdo. Pôde-se perceber que o trabalho para os sujeitos entrevistados é algo de extrema importância, que a aposentadoria é indesejada e temida e que os professores sentem preconceito no trabalho por conta de sua idade. Nas relações de gênero existentes no ambiente profissional, evidenciou-se a existência de preconceito não declarado por parte dos homens frente ao trabalho feminino
Este artigo pode ser copiado, distribuído, exibido, transmitido ou adaptado desde que citados, de forma clara e explícita, o nome da revista, a edição, o ano e as páginas nas quais o artigo foi publicado originalmente, mas sem sugerir que a RAM endosse a reutilização do artigo. Esse termo de licenciamento deve ser explicitado para os casos de reutilização ou distribuição para terceiros. Não é permitido o uso para fins comerciais. ABSTRACTPurpose: To analyze critically the impact of the flexibility discourse on banking industry practices, from the perspective of bank employees. Originality/gap/relevance/implications: This research is relevant once it deals with the issue of flexibility from the point of view of the employees, a matter that is still being debated in the academia. It also tries to close a gap in the subject, namely on whether employees identify the use of the flexibility discourse as being an instrument of control. Key methodological aspects:The study used a qualitative approach and semi--structured interviews for its data collection. This data was analyzed using the content analysis method. Summary of key results:The transformation of bank workers' profiles, in order to be more flexible, has exposed them to perverse management practices and, encouraged by corporate discourse, they have ended up becoming high performance slaves. The bank employee is now primarily seen as a salesperson. Even though they are dissatisfied with their working conditions, the interviewees readily submit themselves to the pressures of work to maintain their standards of living. Key considerations/conclusions: Flexible practices are so embedded in the day--to-day work of bank workers that they do not perceive them as being tools of control or domination over them. Finally, the conclusion reached is that the prevailing ideology in society enhances the discourse of human resources management, which, in turn makes the flexibility discourse operational, as pointed out by Sennet (2008) and Gaulejac (2007).
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