The relationship between human beings and technology has raised concerns about adaptability as a major issue (Mey 2015a) in the cyber era. With a view to understanding how communication occurs in the modern world, Mey proposes four dimensions of adaptability for contemporary new technologies: the dimensions of time, place, persons and objects. In the present study, we use these dimensions to guide our analysis. Drawing on cyber-ethnographic studies (Hallett and Barber 2014; Emmanuel & Day 2011; Gebera 2008; Thomsen, Straubhaar, and Bolyard 1998), we have investigated a particular Brazilian breast cancer female patient’s cyberspace discourses, while focusing on the pragmatic analysis of digital data. Ours is a qualitative research study (Denzin & Lincoln 2006) and the theoretical framework includes narrative studies (De Fina & Georgakopoulou 2008; Bastos 2008); studies on identity and emotions; as well as studies on context, performance and agency in discourse (Austin 1962; Pereira & Cortez 2013). The study aims to answer the following questions: (i) How is adaptability observed through patient discourses and cyber access? (ii) What identities have been constructed through a particular patient’s discourses? (iii) How are emotions conveyed in the participant’s discourses?

Esse artigo investiga o posicionamento narrativo de Vitória, nome fictício de uma mulher em tratamento de câncer de mama que utiliza as redes sociais para compartilhar suas histórias de vida, especialmente, após o diagnóstico da doença. Assim, selecionamos uma narrativa de sofrimento e denúncia postada em seu blog na fase inicial de seu tratamento. Nela é possível identificar temas transversais como estigma, preconceito e resistência através da denúncia. O arcabouço teórico-metodológico propõe uma interlocução entre estudos sobre performances identitárias na narrativa, discurso como mudança social e posicionamento narrativo. A metodologia da investigação é qualitativa e interpretativa de cunho netnográfico. Desse modo, os objetivos do estudo são: (i) analisar as performances identitárias de Vitória através de uma narrativa postada em seu blog; e (ii) compreender de que forma os discursos da participante apontam para sua transformação em pessoa com mais agência no decorrer de sua luta contra o câncer de mama. A análise indica que: (i) a participante ressignifica sua experiência de dor e lamentação, em uma perspectiva de discurso como ação social via discursos de emoção; e (ii) o agenciamento é direcionado aos interlocutores nas redes sociais, enquanto posicionamento político e identitário de enfrentamento do câncer.

A relação entre gênero e interação em múltiplos contextos é o foco deste estudo, em uma proposta de atividade metarreflexiva, sobre a linguagem da mulher e sua atuação na interação social, no contraponto com estudos realizados em contextos específicos no âmbito do Grupo de Pesquisa “Linguagem, cultura e trabalho” (CNPq/PUC-Rio), vinculado a uma universidade brasileira. Os paradigmas teóricos norteadores da investigação são os da diferença/dominação, da performance, da microrresistência e da agência. Desse modo, elegemos duas das pesquisas concebidas no grupo para analisar os trânsitos performático-emocionais de uma mulher com câncer de mama e sua jornada marcadamente agentiva; e de uma mulher periférica que interpela por serviços jurídicos para proteger seu filho injustamente preso, em micromovimentos de resistência às exclusões que lhes são impostas. Os resultados indicam que as mulheres não se pautam pelo paradigma da diferença/dominação. Tendem a ser questionadoras e agentivas em sua prática social.

No abstract