No Brasil há grande esforço em manter as edificações agradáveis termicamente em virtude do predomínio de temperaturas elevadas durante o ano. Como estratégia de controle da incidência solar, as cortinas verdes - modelo de jardim vertical - mostram-se uma alternativa a ser utilizada em edificações. O objetivo desta pesquisa é desenvolver um modelo de cortina de baixo custo como estratégia de controle térmico em habitações de interesse social (HIS) na Zona Bioclimática 2 (ZB2). Construiu-se um modelo de cortina sombreando a fachada oeste de cinco HIS unifamiliares na cidade de Santa Maria, RS. Registrou-se a percepção individual dos moradores quanto ao grau de dificuldade de instalação e manutenção da cortina, através de entrevistas, e acompanhou-se o desenvolvimento da vegetação com aplicação de fichas do tipo checklist. Ao longo de cinco meses, entre primavera e verão, a atuação da cortina foi ao encontro das expectativas esperadas, mostrando-se uma estratégia bioclimática de baixo custo, fácil execução e baixa manutenção. A vegetação decídua escolhida - Wisteria sp - apresentou desenvolvimento satisfatório e adequado à região, com clima predominantemente subtropical. Assim, acredita-se que a cortina possa ser uma boa estratégia de controle térmico em HIS na ZB2.

Este trabalho aborda o uso de filmes como uma ferramenta dinâmica para o aprendizado sobre a história do paisagismo e estilos de jardins. Os filmes auxiliam as diferentes teorias de ensino como, por exemplo, as histórias em diferentes tempos, o comportamento humano e o conhecimento de lugares em 360°. O objetivo deste artigo é propor uma alternativa de ensino na área do paisagismo baseada no uso de obras cinematográficas. Para isso, utilizou-se a determinação de períodos históricos marcantes do paisagismo, uma listagem de títulos relevantes e, por fim, questionamentos plausíveis de serem aplicados na aprendizagem. Durante o processo da escolha dos filmes, foi levado em consideração o enredo da narrativa e a relevância da tipologia do jardim na composição da história. Ao tratar o estudo de maneira teórica, levando em consideração o quadro de pandemia que impossibilitou a etapa prática do estudo, foi possível concluir que esta alternativa de ensino do paisagismo é válida por despertar a percepção para diversos elementos, por meio do enquadramento e da fotografia das cenas, os quais permitem que os jardins sejam percebidos por outros ângulos, além de possibilitar aos estudantes examinar ações e sensações que são ressaltadas pelo jardim.

O clima urbano é composto por um mosaico de microclimas que, numa escala local, influenciam de maneiras diferentes as variáveis temperatura, umidade do ar, ventos, dentre outras. O estudo buscou contribuir para o entendimento e caracterização do clima urbano, sob os efeitos da urbanização, para a cidade de Santa Maria, RS. O método utilizou a classificação de zonas climáticas locais (ZCL) e foi composto pela definição das áreas de estudo, levantamento das variáveis de ocupação urbana, e caracterização das áreas quanto a ocupação urbana e densidade construída. Foram definidas quatro áreas de estudo, com padrões de ocupação urbana distintos. Os resultados demonstraram variação significativa das características analisadas nas áreas. A densidade construída mostra que a cidade de Santa Maria ainda não possui uma verticalização acentuada. Como previsto, há relação direta entre a proporção de vegetação e edificações: zonas com maior superfície vegetal apresentaram menor porcentagem de edificações. Os resultados apontam a importância do planejamento urbano, sendo a área de menor densidade construída (33,19%) em loteamento residencial planejado, afastado do centro. Espera-se que os resultados auxiliem na classificação das ZCL, para maior entendimento dos efeitos das Ilhas de Calor e proposição de estratégias que melhorem as condições climáticas urbanas.