À luz de Almeida Filho (1997), Anthony (1963), Prabhu (1990) e outros, concebemos “abordagem” como a filosofia com potencial para orientar os processos de ensinar e de aprender de seus agentes. Neste trabalho, buscamos analisar elementos que possam indicar a predominância de abordagens no processo de ensino de PLE, por meio de concepções acerca do ensino de língua apontadas por professores em formação, bem como da atuação desses agentes em projeto de extensão de uma universidade pública do interior paulista. Tendo isso em vista, apoiadas no paradigma qualitativo-interpretativista, utilizamos como instrumentos de produção de dados questionário semiestruturado, observação de aula, notas de campo e gravação de aula em áudio. A partir desses procedimentos metodológicos, identificamos que os professores em formação mobilizaram recursos pedagógicos alinhados à abordagem Gramatical Comunicativizada, já que fazem uso de práticas reconhecidamente estruturais, porém de forma contextualizada e justificada. Por fim, compreendemos que o reconhecimento de determinada abordagem pode ajudar a esclarecer práticas de professores e, oportunamente, auxiliar na reflexão dessas ações em busca do aprimoramento da ação profissional.
Este trabalho apresenta uma discussão sobre as práticas de leitura no ensino de língua portuguesa em Timor-Leste. Desde 2002, o português figura, juntamente com a língua tétum, como língua oficial e de instrução nesse país. A partir de então, professores e alunos timorenses lidam com dificuldades relacionadas ao ensino e à aprendizagem dessa língua nas escolas, as quais são advindas de fatores decorrentes da constituição sócio-histórica do país, dentre os quais destacamos embates político-linguísticos, recursos humanos e estruturais escassos e carência de formação específica em ensino de português língua não materna. A partir desse contexto, a proposta deste trabalho é identificar e compreender estratégias relacionadas à leitura em língua portuguesa que professores timorenses valoram positivamente nas salas de aula de Timor-Leste. Para tanto, aplicamos um questionário a docentes atuantes no ensino básico e analisamos os dados gerados com base na teoria do dialogismo de Bakhtin e seu Círculo. De forma geral, a análise realizada apontou que a valorização da prática da leitura em português nas salas de aula de Timor-Leste está imbricada na relação historicamente estabelecida no país entre a língua portuguesa e a palavra escrita. No campo metodológico, aquilo que os professores valoram positivamente recai ora sobre práticas tradicionalmente utilizadas no ensino da leitura, ora sobre práticas sensíveis ao contexto de ensino de português como língua não materna e que levam em conta o diálogo entre textos.
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