O cultivo do algodão no semiárido nordestino remonta ao período colonial no Brasil. Nas épocas áureas de produção, cumpriu importante papel na economia da região semiárida. Inicialmente, as lavouras de algodão localizavam-se próximas aos quintais das casas, destinadas à produção de fibra para as roupas dos escravos, bem como à produção de alimentos quando se associava o algodão com milho e feijão. Mais tarde, o cultivo de algodão se associou também à pecuária, gerando fibra, alimento para os animais e renda para a população local. O algodão teve seu apogeu no semiárido nos idos do século XX, quando ficou conhecido como o “ouro branco do Nordeste”, até o seu declínio a partir dos anos 1980. No entanto, a partir do início do século XXI, iniciou-se um lento e progressivo processo de recuperação, agora em bases agroecológicas vinculadas à agricultura familiar e ao mercado de moda em nível mundial, com interesse crescente na fibra de algodão orgânica. Alguns aspectos que desafiaram a produção de algodão no passado ainda continuam instigando agricultores e agricultoras no presente. E é precisamente sobre estes aspectos que a revisão proposta nesse artigo visa tratar. Foram trazidos aqui autores clássicos e contemporâneos, além de algumas entrevistas com pessoas-chave envolvidas na retomada do algodão. O objetivo é fazer aflorar a multidimensionalidade da saga do algodão no semiárido nordestino, considerando-se as suas bases históricas, técnicas, sociológicas e mercadológicas para apontar caminhos que poderão contribuir com sua sustentabilidade futura.
O semiárido brasileiro é caracterizado por eventos extremos de estiagens. É neste cenário que o Projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos, coordenado pela Diaconia, com apoio financeiro da Laudes Foundation, o FIDA/AKSAAM/UFV/IPPDS e IAF, em parceria com a ONG CDJBC e ACOPASE, assessora famílias agricultoras no plantio consorciado de algodão com culturas alimentares e forrageiras no controle da qualidade orgânica. O objetivo do estudo foi comparar o uso eficiente da terra (UET) em consórcios agroecológicos com monocultivos. O UET é um índice que compara áreas de terras necessárias com as culturas em monocultivos com rendimentos equivalentes das culturas consorciadas. Os índices de UETs para os consórcios 1, 2, 3, 4 e 5 foram 2,25, 1,42, 1,01, 1,17 e 2,05, respectivamente, os quais indicam que seriam necessários 125%, 42%, 1%, 17% e 105% a mais de área em monocultivo. É possível inferir que os consórcios agroecológicos indicam vantagem diante dos sistemas agrícolas em monocultivo.
O semiárido nordestino é caracterizado por apresentar taxas de evapotranspiração maiores que de precipitação, que resulta em déficit hídrico e ocorrência predominante de fluxos ascendentes de água no solo. Essa condição inerente da região contribui para processos de salinização, perda de fertilidade dos solos. Neste contexto, o Projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos, coordenado pela Diaconia, com apoio financeiro da Laudes Foundation, o Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola (FIDA)/AKSAAM/UFV/IPPDS e a Inter American Foundation (IAF), em parceria com as ONGs Chapada, Caatinga e a associação de certificação orgânica participativa credenciada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) – Ecoararipe – Alto Sertão do Araripe - PE, assessora a implantação de sistema de irrigação por gotejamento para a produção de sementes agroecológicas. O objetivo do estudo foi avaliar o sistema de irrigação por gotejamento quanto aos parâmetros de qualidade: eficiência de aplicação (EA); coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC); coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD); e variação de vazão (ℇQ). Foram obtidos valores médios de CUC, CUD e EA de 97,91%, 99,86% e 88,12 %, respectivamente, assim como variação média de vazão de 5,17%, a eficiência de aplicação foi aceitável e ambos os coeficientes foram considerados excelentes.
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