Uma viagem ao universo das cidades novas, esse é o convite que essa obra vem oferecer aos leitores a fim de transitar, a partir da visão particular do autor, pelo contexto, pelos conceitos e pelos aspectos inerentes a esse tipo urbanístico, ainda pouco explorado pela literatura especializada brasileira. Uma viagem feita por exemplares de cidades intencionalmente criadas, nacionais e internacionais, da Antiguidade ao século XXI, revelando seus empreendedores, suas funções dominantes, seus locais estratégicos, seus profissionais e seus projetos. Elementos agenciados no tempo, planejados e projetados, tendo por resultado uma diversidade de modelos cuja essência é a mesma: ser uma cidade nova. Uma viagem sem ordem cronológica ou delimitações geográficas, na qual as cidades novas são expostas a fim de proporcionar ao leitor uma compreensão mais fácil e ágil do tema abordado. Igualmente, as referências bibliográficas obtidas em acervos no Brasil, na França e na Itália, permeados por levantamentos realizados em sítios eletrônicos especializados, embasam e dão suporte aos conceitos construídos. Uma viagem aberta, segundo um olhar e uma definição particular, prefaciada por palavras de Philippe Panerai e Sylvia Ficher, enfim, um porto seguro pessoal que compartilho com pesquisadores e estudiosos do urbanismo, do planejamento urbano, da história das cidades e demais curiosos pela temática.
Brasília, a apoteose do Movimento Moderno, não se restringe a ela própria. Seu famoso projeto, sua complexa ocupação e sua inquestionável relevância urbano-arquitetônica se desdobraram noutros territórios urbanos do interior do Brasil, mesmo aqueles distantes de seu canteiro de obras. A partir destes pressupostos, apresentamos os casos de Alexânia (1957) e Abadiânia (1960-61), cidades novas e ainda inéditas na historiografia do urbanismo brasileiro. A vinculação destas cidades a Brasília é direta. Ambas foram planejadas, projetadas e ocupadas durante a construção da nova capital (1957-1960) e das rodovias Brasília-Anápolis (1957-58) e Belém-Brasília (1958-59), infraestrutura que as interligam. O projeto de Alexânia foi encomendado por Alex Abdallah à Empresa Brasil de Imóveis Limitada, numa ação empreendedora, e executada pelo engenheiro alemão Fritz Gezets, e Abadiânia foi projetada e implantada pelo agrimensor Nilton Rabello, sendo ela fruto de uma negociação iniciada em 1956 entre Oribes Gontijo, o prefeito da cidade, e Bernardo Sayão. Assim, vislumbramos uma contribuição histórica e teórica com estes fatos inéditos a partir desta pesquisa
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