Introdução 1Nos últimos anos ampliou-se o número de estudos sobre o efeito do dinheiro nas eleições. As pesquisas nesse campo especializaram-se em variadas perspectivas analíticas, tais como: a distribuição do horário gratuito de propaganda eleitoral (HGPE) entre os candidatos, os padrões e doações do empresariado e segmentos econômicos, a relação entre emendas parlamentares e contratos públicos, e a influência das pesquisas eleitorais no investimento realizado pelos financiadores de campanhas (Mancuso, 2015).No entanto, boa parte do debate, não somente acadêmico, circunscreve-se ao aspecto normativo do fenômeno. De tal modo que a influência do poder econômico torna-se o lugar-comum do problema, desdobrando-se na maioria das vezes na questão de as empresas, por serem as maiores fontes de financiamento, participarem ou não das eleições.Neste artigo não nos atemos a essa controvérsia. Embora, igualmente, não nos privemos de considerar que compreender as doações empresariais como as únicas determinantes do desequilíbrio na política seja uma limitação às análises empíricas. Haja vista que características fundamentais dos competidores poderiam ser deixadas de lado para entender o processo político.Uma vez que as pesquisas sobre financiamento de campanha têm se ocupado da receita, a perspectiva assinalada acima nos aponta a necessidade de investigar como os candidatos gastam os seus recursos. Em outras palavras, ao deixarmos de investigar, exclusivamente, as causas da assimetria entre os competidores através da arrecadação, presumimos existir conexão indispensável entre as características dos candidatos e a 1 Agradecemos aos pareceristas anônimos pelas excelentes sugestões. Este artigo foi apresentado em versão anterior com o título "Financiamento do sistema partidário e eleitoral nas democracias contemporâneas", no 38º Encontro Anual da Anpocs. Todos os eventuais problemas e erros são de nossa inteira responsabilidade.
RESUMO Introdução: O artigo busca contribuir com as pesquisas sobre as estratégias políticas dos partidos, analisando o desempenho eleitoral recente do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Exploramos hipóteses sobre o que determinou o lançamento de candidatos a prefeito pelo PSB nas eleições municipais de 2000 e de 2012. Materiais e Métodos: A pesquisa foi realizada com base nos dados eleitorais disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Através de regressões logísticas multivariadas, testamos as razões de chance de o PSB lançar candidatos, considerando tanto variáveis políticas, quanto socioeconômicas. Em seguida comparamos esses resultados com os mesmos testes aplicados às candidaturas de PT, PSDB e PMDB. Resultados: Constatamos que o crescimento político do PSB é um fenômeno constante e não circunscrito à região Nordeste. Constatamos também que o PSB foi o partido que mais lançou candidaturas próprias nos grandes centros urbanos. Inferimos que a baixa capacidade de o partido protagonizar campanhas nos menores municípios é explicada pela fraca autonomia de suas lideranças locais. Isso decorre da fraca institucionalização da organização partidária, evidenciada pelo predomínio de comissões provisórias ao invés de diretórios partidários estabelecidos. Discussão: Analisamos a dependência do PSB de incentivos advindos da coordenação partidária em nível subnacional enquanto desafio à tendência de crescimento político do PSB nas eleições municipais. Este quadro deixaria o PSB mais suscetível a esse tipo de incentivo em comparação com partidos nacionalmente mais fortes.
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar o desempenho dos partidos nas campanhas para prefeito entre 1996 a 2012 no estado do Rio de Janeiro. O trabalho estrutura-se da seguinte forma: a) uma breve análise histórica das disputas eleitorais na capital carioca; b) uma descrição da força eleitoral do partido do governador nos pleitos locais, compreendendo a eleição de prefeitos e coligações; c) uma análise descritiva dos testes estatísticos de associação entre variáveis categóricas políticas e socioeconômicas, tais como a nacionalização e consistência das coligações partidárias, a trajetória eleitoral dos competidores, a magnitude do distrito eleitoral; por último, d) um exame detalhado sobre a migração partidária dos candidatos a prefeito. Os resultados confirmam que o partido do governador altera sua estratégia à medida que a magnitude do distrito eleitoral varia. A pesquisa sugere ainda que restrições institucionais, tais como a decisão do judiciário sobre a infidelidade partidária, impactaram diretamente nas estratégias coligacionistas do executivo estadual nas eleições municipais. Palavras
Rodrigo Dolandeli dos Santos Doutor, Universidade Federal do Pará -UFPAO debate sobre eleições e representação política no Brasil tem destacado as dificuldades das mulheres em chegarem aos cargos eletivos, devido, entre outros fatores, aos embaraços impostos pelo sistema de financiamento que tem se mostrado extremamente desigual na comparação entre homens e mulheres. Diante essa questão, a presente pesquisa tem como objetivo principal: avaliar o padrão de financiamento das campanhas eleitorais das mulheres em relação aos homens para a Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara de Vereadores, nas eleições de 2014 e 2016. Utilizou-se os softwares SPSS para processamento dos métodos estatísticos descritivos e inferenciais por meio de estimativas de média, desvio padrão, variância e teste de análise de variância (ANOVA). Deste modo, constatou-se que as mulheres arrecadam um volume de recursos inferior aos homens, independentemente do cargo em disputa, ideologia partidária ou região do país. Diante às análises e perspectivas abordadas ao longo da pesquisa, observou-se que os diferentes padrões utilizados no financiamento de campanha das mulheres, dificultam a construção social e inclusiva de uma política representativa. Evidenciando que a democracia brasileira se encontra longe de alcançar um patamar de igualdade política entre os gêneros.Palavras-chave: Eleições; financiamento de campanha; representação política. INTRODUÇÃO 1Nas últimas décadas, a representação feminina no âmbito político, vem sendo questionada e ganhando espaço no campo acadêmico, movimentos feministas, instâncias partidárias e em importantes agendas nacionais e internacionais.Diante desse tema, se discute os fatores que têm contribuído para o quadro de de-1 Este artigo apresenta as principais conclusões da pesquisa realizada por Valdenize Gurjão Corrêa, sob orientação do professor Dr Carlos Augusto da Silva Souza, no decorrer do curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Pará.
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