Este trabalho apresenta uma revisão sobre a desordem informacional, incluindo as chamadas “fake news”. Conteúdos falsos ou maliciosos, por seu potencial de propagação nos meios digitais, impactam a vida política e social, sendo associados desde a rejeição de recomendações de saúde até a distúrbios violentos. Nessa revisão, em primeiro lugar, caracterizamos a desordem informacional, elencando distinções conceituais entre suas diferentes manifestações. Em segundo lugar, tratamos dos processos produção e divulgação desses conteúdos, abordando os agentes e canais envolvidos. Na sequência, debatemos o processo de recepção de conteúdos falsos. São apresentados trabalhos que, a partir de mecanismos de ordem cognitiva e psicológica, buscam responder por que se acredita e se socializa esses materiais.
RESUMOPosicionado entre a Europa e a Ásia, linha de contato entre as civilizações islâmica e cristã e lar de diversas etnias, o Cáucaso foi disputado por persas, turcos e russos durante séculos. Após um breve período de independência, ao final da década de 1910, Armênia, Geórgia e Azerbaijão permaneceram sob o rígido controle de Moscou por quase a totalidade do século XX. No entanto, antes mesmo da extinção oficial da União Soviética, em 1991, conflitos étnicos e movimentos independentistas passaram a aflorar na região. Neste artigo, procura-se analisar de forma comparada os ressurgimentos dos nacionalismos armênio, azerbaijano e georgiano durante os anos finais do regime soviético, assim como os processos de independência e posterior construção de seus respectivos Estados nacionais. Espera-se demonstrar que os conflitos étnico-políticos que afloraram no Cáucaso durante o processo de desintegração soviética serviram como catalizadores para o reavivamento dos nacionalismos na região.Palavras-Chave: Cáucaso do Sul; nacionalismos; desintegração soviética.ABSTRACTPlaced between Europe and Asia, line of contact between Islamic and Christian civilizations and home to various ethnicities, the Caucasus has been disputed by Persians, Turks and Russians for centuries. After a brief period of independence in the late 1910s, Armenia, Georgia, and Azerbaijan remained under the tight control of Moscow for almost the entire twentieth century. However, even before the official demise of the Soviet Union in 1991, ethnic conflicts and independence movements began to surface in the region. This paper seeks to analyze in a comparative way the resurgence of Armenian, Georgian and Azerbaijani nationalisms during the final years of the Soviet regime, as well as the processes of independence and subsequent construction of their respective national states. It is expected to demonstrate that the ethnic-political conflicts that erupted in the Caucasus during the soviet disintegration served as catalysts for the revival of nationalisms in the region.Keywords: South Caucasus; nationalisms; soviet disintegration. Recebido em: 09 Set.2019 | Aceito em: 16 Dez.2019
Desde sua independência, em 1991, a Armênia vem buscando adotar uma política externa multivetorial, autointitulada como “política de complementaridade”. Esta abordagem foi adotada com o propósito de assegurar diplomaticamente os recursos financeiros e de segurança necessários que a pequena república sul-caucasiana não poderia prover autonomamente. Na prática, no entanto, o que se viu foi uma aproximação política, militar e econômica com a Rússia que, ao longo dos anos, passou a se configurar como uma relação de dependência. O conflito armado contra o Azerbaijão pelo controle da região de Nagorno-Karabakh, que já se estende por três décadas, e o embargo promovido pela Turquia são fatores que agravam o quadro de isolamento da Armênia e a impele a buscar por ajuda externa. O presente artigo pretende discutir os desdobramentos e a viabilidade atual da “política de complementaridade” a partir de análise histórica e documental e da comparação das trajetórias das relações da Armênia pós-soviética com a Rússia, com o Ocidente e com as potências regionais circundantes, Turquia e Irã. Espera-se demonstrar que os graves desafios à segurança nacional limitaram a capacidade do país de conduzir uma política externa independente e que a simples substituição de sua classe dirigente continua sendo insuficiente para alterar o rumo de seus alinhamentos externos e de seu ainda incompleto processo de integração regional.Palavras-Chave: Armênia; Complementariedade; Dependência; Política Externa Multivetorial.
A República do Azerbaijão foi um dos quinze novos países que emergiram na esteira da desintegração da União Soviética, em 1991. Diversos atores buscaram garantir sua influência no processo de construção do novo Estado azerbaijano, notadamente as potências regionais circundantes: Rússia, Turquia e Irã. A participação na necessária construção de um novo sistema educacional para o país se apresentou como um dos canais possíveis para o exercício do soft power estrangeiro. A partir de uma perspectiva comparativa, este artigo busca analisar os métodos empregados por russos, turcos e iranianos para garantir influência sobre o sistema educacional da nascente república do Azerbaijão e os seus respectivos resultados. Espera-se demonstrar que a legislação azerbaijana evoluiu no sentido de garantir maior controle do Estado sobre os projetos educacionais estrangeiros, mas que estas transformações afetaram sobretudo os projetos educacionais iranianos, e em menor grau os da Turquia e da Rússia. Ademais, conclui-se que embora a Turquia tenha conquistado maior penetração no sistema educacional azerbaijano nos primeiros anos após a independência, foi a Rússia que conseguiu estabelecer sua influência de forma mais perene.Palavras-Chave: política externa; soft power; sistema educacional; Azerbaijão; Cáucaso do Sul.
A era do informacionalismo trouxe novas dinâmicas para os discursos de ódio. Se faz necessário, portanto, entender como fenômenos do mundo digital impactam esse tipo de manifestação. Este artigo apresenta uma revisão sobre os discursos de ódio no contexto da chamada desordem informacional, entendida como a produção e circulação de informações maliciosas ou falas particularmente em ambiente digital. Por meio dessa pesquisa bibliográfica, temos o objetivo de oferecer um material introdutório elencando possíveis soluções para esses problemas. Nesse sentido, detalhamos quatro eixos de medidas de enfrentamento aos discursos de ódio e à desordem informacional: o educativo (no qual consideramos medidas de letramento), o classificatório (no qual consideramos iniciativas de checagem de fatos e também soluções algorítmicas para a detecção de conteúdos maliciosos ou falsos), o normativo (no qual tratamos da regulação interna e pública das mídias sociais) e o econômico (no qual consideramos a mobilização social pelo desfinanciamento de produtores ou divulgadores de conteúdo malicioso ou falso). Na análise de cada um deles, refletimos sobre suas potencialidades e também sobre suas limitações, defendendo a tese de que a complexidade dos problemas em questão exige uma combinação de diferentes ações.
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