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O simbolismo dos amuletos cardíacos no Antigo Egipto
Autor(es):Sousa, Rogério As representações acerca do coração constituem um amplo campo de estudos da egiptologia que tem originado importantes contributos científicos, em especial a partir do estudo das fontes literárias. Neste domínio destacam-se as obras de Alexandre Piankoff(2) e de Helmutt Brunner(3) que, recorrendo aos métodos filológicos, delimitaram e isolaram algumas das mais importantes conotações semânticas dos termos cardíacos (sobretudo os termos ib e hati). Outros contributos originá-rios da análise de fontes literárias específicas conduziram a uma caracterização muito criteriosa dos termos cardíacos. Destacamos, neste âmbito, 0 trabalho desenvolvido sobre os textos médicos'4*, que revelou uma caracterização do coração como uma realidade anatómica dual com um sentido muito mais amplo do que aquele que actualmente possui. Assim, para além do músculo do coração (hati), a anatomia egípcia entendia também como «coração», 0 interior do corpo evocado genericamente pela cavidade ventro-torácica (ib), pelo estômago (rá-ib) ou ainda pelos condutores (met) que conduziam, entre outras substâncias, 0 sangue. Do ponto de vista anatómico, 0 coração compreendia, portanto, um aspecto dinâmico (o músculo cardíaco, hati), e um aspecto passivo (0 interior ib), por onde circulava 0 sangue. O hati e 0 ib, ou, dito de outra forma, 0 músculo cardíaco e 0 interior do corpo, podem, deste modo, ser vistos como aspectos complementares da mesma realidade anatómica, 0 coração, que assegurava a manutenção da vida.
ROGÉRIO SOUSAOs trabalhos desenvolvidos no âmbito dos textos sapienciais revelaram uma caracterização muito distinta do coração. Embora recorrendo aos mesmos termos anatómicos (ib e hat¡), 0 seu significado é manitestamente psicológico e permutável, não possuindo a delimitação rigorosa que apresenta nos textos médicos. Em todo o caso, nas fontes sapienciais 0 coração< 5) era entendido como a sede da consciência ...