Resumo Estudos anteriores sugerem que a ocultação da orientação homossexual no trabalho pode levar a sentimentos de inautencidade, baixo comprometimento e depressão. Entretanto, diversos são os profissionais homossexuais que, após realizarem uma análise de risco e retorno da decisão de “sair do armário”, optam pelo silêncio. Diante disso, mostra-se necessário compreender como ocorre a decisão de ocultar a orientação sexual. Este estudo objetiva desenvolver uma teoria fundamentada sobre o silêncio de gays e lésbicas no ambiente de trabalho como resposta a ameaças ao self no cotidiano organizacional. Realizamos entrevistas semiestruturadas com empregados gays e lésbicas, e apresentamos uma teoria fundamentada na qual sustentamos que esse silêncio no trabalho não é explicado somente por motivações de ordem racional e calculativa, mas também por processos menos intencionais intra e intersubjetivos. A originalidade deste estudo reside em sua ênfase na Teoria da Identidade Social para explicar o fenômeno da revelação da orientação sexual no ambiente de trabalho. No modelo construído, identificamos motivos para o silêncio associados a distintos níveis do self, características dos próprios indivíduos homossexuais e das pessoas com quem eles interagem que tendem a influenciar a decisão pelo silêncio. Adicionalmente, compreendemos táticas individuais adotadas de modo a aumentar a segurança para a saída do armário. Tais descobertas contribuem para a superação do problema vivenciado por homossexuais em decorrência da ocultação da orientação sexual no trabalho.
Utilizamos a revisão sistemática de literatura para discutir a (re)produção das cidades nos estudos organizacionais nacionais a partir da produção científica sobre os usos dos espaços urbanos no Brasil. Buscamos estudos que utilizam a compreensão da cidade como uma organização social e espacial, partindo de práticas organizativas que constituem a urbe. Para isso, realizamos uma ampla pesquisa nas publicações da Administração dos últimos 16 anos com as palavras: Cidade(s), Espaço(s) Urbano(s) e Prática (s) Urbana (s). Os resultados indicam que a cidade é (re) produzida nos Estudos Organizacionais de forma heterogênea e múltipla, relacionada às práticas organizativas engendradas com questões identitárias de grupos sociais e comunidades, onde as diferentes formas de sociabilidades manifestadas são centrais para entendimentos situados em apropriações e resistências que os citadinos praticam nos espaços urbanos. Em termos conceituais, os resultados mostram práticas materiais, por isso corporificadas e fornecem pistas para problematizarmos acerca da invisibilidade de corpos nos estudos, que consideramos uma presença ausente. Procuramos trazer reflexões acerca da democratização do espaço urbano público ou privado, já que a cidade brasileira expõe práticas de desigualdade, segregação social, preconceito, racismo, resistência, diversidade e amizade, e ainda sim, segue sem considerar a materialidade de corpos como elemento relevante como visto nos trabalhos pesquisados.
RESUMO Este artigo objetiva desvelar a espacialidade no trabalho de pesquisa a partir das relações de corpo, gênero e sexualidade entre sujeitos pesquisados e pesquisador a partir de um estudo de cunho teórico-empírico de base etnográfica. Tomando como ponto de partida teorizações sobre espacialidade e materialidade, desenvolvemos conceitualmente a noção de corpos-em-campo como um possível caminho para a produção de conhecimentos não sobre, mas com específicas vidas. Tal movimento permite ainda compreender o corpo a partir das práticas de organização e romper com processos de silenciamento e hierarquização de específicos corpos que configuram lacunas teóricas e empíricas na pesquisa, na medida em que propõe visibilizar e problematizar também o corpo pesquisador na produção do espaço. Nos Estudos Organizacionais, esse movimento torna-se relevante para uma agenda ética e política de pesquisa preocupada com a construção de diálogos e reconhecimentos com diferentes corpos, gêneros e sexualidades que permitem ampliar possibilidades de praticar organização.
This article aims to examine spatiality in research work based on the body, gender and sexuality relations established between research subjects and the researcher in an ethnographic theoretical-empirical study. Taking as our starting point theories about spatiality and materiality, we have developed conceptually the notion of bodies-in-the-field as a possible way to produce knowledge not about, but with specific individual lives. This approach also allows us to understand the body based on organizational practices and to break with processes that silence and hierarchically situate specific bodies and produce theoretical and empirical gaps in research, insofar as it aims to give visibility to and problematize the researcher body in the production of space. In Organizational Studies, this approach is relevant to an ethical and political research agenda concerned with fostering dialogue with and recognition of different bodies, genders, and sexualities, thus expanding the possibilities of organizational practice.
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja corretamente citado.Galaxia (São Paulo, online), ISSN 1982-2553, n. 38, mai-ago., 2018, p. 220-223. http://dx
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