RESUMOIntrodução: O risco cardiometabólico está associado a diversos fatores, entre os quais, o estado nutricional tem papel destacado. Objetivos: Este estudo verificou a influência do estado nutricional sobre o Índice de Adiposidade Visceral (VAI, do inglês) e seus componentes em crianças e adolescentes. Métodos: Estudo descritivo-associativo, de caráter transversal, realizado com 290 sujeitos de 10 a 18 anos, de ambos os sexos. Foram avaliados estatura, massa corporal, IMC, HDL-c, TG e VAI. Realizaram-se os testes Shapiro-Wilk, teste t de Student independente, U de Mann-Whitney, ANOVA One-Way, Kruskal-Wallis, Post Hoc de Bonferroni, Correlação de Pearson e cálculo da razão de chances (odds ratio). A significância adotada foi de p < 0,05. Resultados: Os testes demonstraram haver diferenças significativas entre os sexos para a idade, HDL-c e VAI. Nas variáveis HDL-c, TG e VAI foram constatadas diferenças significativas entre os adolescentes eutróficos e as demais classificações do estado nutricional. Verificou-se também uma piora das variáveis utilizadas para o cálculo do VAI para os adolescentes com classificação do estado nutricional alterado (não eutróficos), indicando, portanto, maior risco cardiometabólico associado ao excesso de peso. Verificou-se forte correlação entre o VAI e o TG (0,865) e correlação moderada negativa entre VAI e HDL-c (-0,405). Após o odds ratio, constatou-se que os participantes com excesso de peso e CC alterada, respectivamente, apresentaram 2,3 e 1,5 vezes mais chance de risco cardiometabólico (VAI alterado). Conclusões: O estado nutricional é capaz de influenciar as variáveis de risco cardiometabólico, VAI, CC, TG e HDL-c em crianças e adolescentes. Nesta população, independente do sexo, à medida que o valor do IMC se eleva, há progressão de alterações metabólicas. Em complemento, o VAI apresentou uma correlação significativa com TG, HDL-c, IMC e CC das crianças e adolescentes do estudo, podendo assim ser visto como alternativa de predição do risco cardiometabólico.Descritores: obesidade; atividade motora; educação física e treinamento.
ABSTRACT