RESUMO:O interesse na relação indivíduo-sociedade é marcado na teoria social pela diversidade na compreensão do papel da agência na ação humana. Neste trabalho, revisitamos a questão da agência em uma perspectiva aplicada. Pretendese examinar a agência na prática policial a partir da análise do discurso metaagentivo que emerge em uma narrativa de desacato produzida espontaneamente por um policial durante uma entrevista de pesquisa. Com base na análise, foi possível verificar que: (i) apesar da gama de escolhas possíveis de ação circunscritas pela lei e pelos contextos situados, costuma-se aplicar uma única rota de ação a todas as situações avaliadas como desacato; (ii) há um novo modelo de policial cujo caráter reflexivo e crítico se alinha ao modelo de proximidade que se vem tentando implementar nas políticas de segurança pública no Rio de Janeiro.
PALAVRAS-CHAVE:agência; discricionariedade; prática policial.
ABSTRACT:The interest in the individual-society relationship is characterized in social theory by the diversity concerning the role of agency in human action. In this article, we revisit the issue of agency in an applied perspective. We aim to examine agency in police practice through the analysis of the meta-agentive discourse emerged in a narrative whose theme was the disrespect of a police officer during a research interview. The analysis shows that: (i) despite the range of possible choices of actions circumscribed by the law and the situated contexts, a single route of action is usually applied to all situations that are evaluated as disrespect; (ii) there is a new model of police officer whose reflexive and critical character is aligned with a model of community-oriented police that the government has been trying to implement in public security policies in Rio de Janeiro.
À luz das contribuições teórico-metodológicas da Análise da Conversa, este artigo analisa dois episódios de arranjos de encontros futuros entre voluntários/as de uma ONG que presta assistência a pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade social e assistidos/as. No primeiro, combinações para retorno à terra natal mostraram-se malsucedidas, mas orientaram modificações de ações dos/as voluntários/as no segundo episódio, bem-sucedido em arranjos para encaminhamento a atendimento psiquiátrico. Os objetivos do artigo são, primeiro, identificar que procedimentos podem contribuir para a não detecção de entendimentos que mais tarde se mostram divergentes e, segundo, discutir contribuições dessa experiência colaborativa nas abordagens de voluntários/as. Os resultados indicam que o uso de perguntas polares por parte dos/as voluntários/as não torna relevante respostas que evidenciem explicitamente o entendimento dos/as assistidos/as sobre os arranjos. Perguntas QU-, por sua vez, oportunizam a demonstração de entendimento das pessoas atendidas e podem ser localmente reparáveis, se necessário. Ademais, os resultados encontrados puderam promover não só o aprimoramento de abordagens sociais prestadas pela ONG como também implicaram entendimento, reflexão e aprimoramento de atendimentos semelhantes futuros.
Palavras-chave: Fala-em-interação; Trabalho Voluntário; Pessoa em Situação de Rua.
Cabo de Guerra Verbal e Moral: um estudo do uso de categorias como ofensa no ambiente virtualVerbal and Moral Tug of War: a study of the use of categories as offense in the virtual environment
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