RESUMO: Objetivo: analisar algumas características clínicas e laboratoriais de crianças com doença de Hirschsprung. Métodos: estudo retrospectivo de 53 crianças com diagnóstico final de doença de Hirschsprung, atendidas de janeiro de 1981 a dezembro de 1999, no Hospital das Clínicas/ USP, Ribeirão Preto. Foram analisados alguns parâmetros clínicos (distribuição segundo o gênero, idade no início dos sinais e sintomas, na 1 a consulta e no diagnóstico da doença, principais sinais e sintomas e estado nutricional) e laboratoriais da 1 a consulta, que permitiram o diagnóstico (enema opaco, manometria anorretal e biópsia retal), bem como a evolução dos pacientes após o tratamento cirúrgico. Resultados: 42 crianças (79,2%) eram meninos. Os primeiros sinais e sintomas ocorreram no 1 0 mês, em 43 casos (81,1%), a idade, na primeira consulta, teve mediana de 7 meses e idade de diagnóstico, mediana de 8,8 meses. As principais manifestações clínicas foram: distensão abdominal em 83,0%, constipação intestinal em 73,6%, atraso na eliminação do mecônio em 60,7% dos casos. Não foi evidenciado importante comprometimento ponderoestatural. O enema opaco mostrou zona de transição em 47,2% (17/36) e, na manometria anorretal, observou-se ausência de reflexo reto esfincteriano em 73,7% (14/19). Todas as biópsias anorretais evidenciaram aganglionose. Uma das crianças foi submetida a tratamento clínico e 52 a tratamento cirúrgico. A colostomia foi realizada em 22/52 crianças (42,3%) e o tratamento cirúrgico definitivo em 49, sendo, em 77,6%, cirurgia de Duhamel Haddad, em 20,4%, cirurgia de Soave e, em 2,0%, cirurgia de Lestar Martin. As complicações pré-operatórias mais freqüentes foram obstrução intestinal em 28,3% e enterocolite em 11,3% dos casos. As principais complicações pós operatórias da colostomia foram: eventração e/ou prolapso e/ou estenose em 22,7% dos casos e do tratamento cirúrgico definitivo: escape e/ou incontinência fecal em 28,6%, infecção e/ou deiscência de ferida cirúrgica em 22,4% e enterocolite e/ou diarréia em 20,4%. Três crianças não foram submetidas a tratamento cirúrgico definitivo. Dez crianças (18,9%) obtiveram alta, 14 (26,4%) continuam em seguimento ambulatorial e 27 (50,9%) abandonaram o serviço após a cirurgia definitiva. Houve um óbito devido a enterocolite algum tempo após a cirurgia definitiva e 1 criança continua em seguimento ambulatorial em outro serviço, após a reconstrução do trânsito. Cinco das 14 crianças (35,7%) que permanecem em seguimento e 8 (29,6%) das 27 crianças que abandonaram o serviço mantinham escape e/ou incontinência fecal na última consulta. Conclusão: houve uma discrepância entre a idade de início dos sintomas e a idade de diagnóstico, evidenciando retardo no encaminhamento dos pacientes para comprovação diagnóstica. O diagnóstico tardio, possivelmente, determinou a alta porcentagem das complicações pré-operatórias da doença, que permanecem com as principais causas de morbimortalidade relativa à doença.
We conclude that the anal basal pressure decreased in children recovering from chronic functional constipation, but the standard treatment did not provide all the conditions necessary for the relaxation reflex of constipated children to return to the values described in normal children.
Objetivo: Apresentar uma revisão sobre a constipação intestinal na criança, analisando as principais características clínicas bem como sua abordagem diagnóstica e terapêutica. Métodos: Revisão bibliográfica atualizada e experiência da Unidade de Gastroenterologia do Departamento de Pediatria- HCRP- USP. Resultados: A constipação intestinal constitui um problema comum na prática pediátrica. Sua definição está baseada na eliminação de fezes ressecadas, com esforço e dor. É comum as crianças pequenas apresentarem choro durante as evacuações. Em algumas crianças, pode ser observada retenção fecal importante, com ou sem escape fecal. O diagnóstico, na maioria dos casos, pode ser feito através de dados de história clínica e exame físico cuidadoso dos pacientes. O tratamento deve ser direcionado à causa básica, necessitando, na maioria dos casos, mudanças dietéticas e comportamentais. Conclusões: O diagnóstico da constipação intestinal deve ser precoce, pois interfere no sucesso terapêutico, que depende de uma adequada alimentação e do recondicionamento esfincteriano.
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