Pretende-se discutir sobre a natureza do espaço e, baseando-se na Teoria da Ação Comunicativa de Jürgen Habermas e em aportes teórico-metodológicos miltonianos, propô-la como sendo comunicativa ou pública. A natureza do espaço, que em sua totalidade é instrumental-privada e comunicativa-pública, é analisada a partir das suas interações, de um lado, com o uso humano da técnica, do tempo, da razão e da emoção e, de outro, pelas interações entre forma, função, processo e estrutura. Do modo intersubjetivo como ocorrem estas interações, resulta a natureza comunicativa ou pública do espaço. O espaço comunicativo ou público apóia-se na razão comunicativa e nas ações orientadas para o entendimento mútuo livre de coerções. Neste sentido, contrapõe-se à natureza instrumental do espaço, fundamentada na razão cognitivo-instrumental e nas ações orientadas para fins dominantes na atualidade e associada à colonização do mundo do sistema sobre o mundo vivido.Palavras-chave: Natureza do espaço. Teoria da ação comunicativa. Espaço público.
As teorias de Jurgen Habermas têm ampla aceitação nas ciências. No entanto, a Geografia constitui uma exceção. Verificou-se raras ocorrências a partir do levantamento das fontes em bases de dados sobre a inserção de seu pensamento nas discussões sobre a educação geográfica. Deste modo, objetivou-se analisar a relação entre os estágios do desenvolvimento moral, o desenvolvimento da competência comunicativa e a aprendizagem por princípios éticos e morais universais. Partiu-se da constatação, diante da própria prática docente, do baixo grau de interação comunicativa dos graduandos em discussões de sala de aula e durante a vida acadêmica e, por conseguinte, da necessidade formativa dos educandos mediada pela construção da identidade do Eu pós-convencional para a garantia do exercício da cidadania. A dimensão geográfica da mencionada relação resulta pertinente para a Geografia promover a aprendizagem da espacialização e da espacialidade humana e social, centrada na construção de princípios geoéticos universalistas, a exemplo da justiça espacial, da igualdade espacial dos direitos humanos, do respeito à dignidade dos seres humanos e das suas origens geográficas como fundamentais para a formação cidadã. PALAVRAS-CHAVE Estágios de desenvolvimento moral, Aprendizagem, Ação comunicativa, Educação Geográfica, Geoética. LEARNING OF UNIVERSAL GEOETHICAL PRINCIPLES, COMMUNICATIVE COMPETENCE AND STAGES OF MORAL DEVELOPMENT ABSTRACT Jurgen Habermas’s theories are widely accepted in general sciences. However, Geography is an excepetion. Rare occurrences were verified from the survey of sources in databases on the insertion of his thinking in discussions about geographic education. Thus, the aim was to analyze the relationship between the stages of moral development, the development of communicative competence and learning by universal ethical and moral principles. It was based on the observation, in view of the teaching practice itself, of the low degree of communicative interaction of the students in classroom discussions and during academic life and, consequently, of the students' formative need mediated by the construction of the post- to guarantee the exercise of citizenship. The geographical dimension of the aforementioned relation is relevant for Geography in order to promote the learning of human and social spatialization and spatiality, both centered on the construction of universalist geoethical principles, such as spatial justice, spatial equality of human rights, respect for the dignity of beings and their geographic origins as fundamental to citizenship formation. KEYWORDS Stages of moral development, Learning, Communicative action, Geographic Education, Geoethics.
O papel das políticas públicas no desenvolvimento regional é analisado neste artigo, tomando por base dois grandes paradigmas científicos: o da subjetividade, ou mentalista, e o da intersubjetividade, ou linguístico. Defende--se que as políticas públicas e o desenvolvimento regional brasileiro têm se dado historicamente com base no primeiro paradigma e, só bem recentemente, adotado o segundo em algum momento da implantação dessas políticas. As politicas públicas de cunho mentalista, a que chamamos aqui de instrumentais, são subdivididas em desenvolvimentistas e neoliberais, ao passo que as politicas públicas linguísticas são vistas como comunicativas, isto é, com base na ação orientada para o entendimento mútuo, livre de coação. Trata-se de um trabalho de cunho teórico-metodológico, baseado nas abordagens desenvolvidas pelo filósofo Jürgen Habermas. A inclusão da teoria da ação comunicativa às questões espaciais pode contribuir para pensar o desenvolvimento regional como um modo de subordinação da economia à sociedade. Palavras-chave: políticas públicas, desenvolvimento regional, paradigma mentalista, paradigma linguista, comunicação.
trabalho foi financiado pelo Convênio 11/2008, BNB/FASE/UERN e concluído em 2011, a partir dos resultados da pesquisa "Produção do espaço regional e indústria têxtil de Jardim de Piranhas-RN: uma análise comparativa com Jaguaruana-CE".
O Brasil é o maior produtor da cana-de-açúcar desde 1980, sendo São Paulo o maior produtor nacional nos dias atuais, com mais de 51% do total. O mercado de trabalho aberto, apesar da modernização da canavicultura, ainda contribui para as dinâmicas migratórias do país. Deste modo, o presente trabalho buscou compreender o cotidiano dos trabalhadores migrantes no interior de São Paulo. A contextualização analisa a migração sazonal dos cortadores de cana de Ererê-CE, que deixam seu município em direção à cidade de Avaré - SP. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica em torno das ideias de Costa e Clesps (2008), Stecanela (2009), Moraes et al. (2009), Queiroz (2011), Santos e Souza (2012), Beltrão (2012) e Tuan (2013). Além disso, foi feito entrevistas com os cortadores de cana através do aplicativo Whatsapp. Desse modo, o presente estudo identificou que o principal motivo para o deslocamento dos cortadores de cana é a falta de emprego no munícipio em que residem. Assim, os migrantes se deslocam para trabalhar no corte de cana em busca de melhores condições financeiras. Constatou-se que as condições de vida dos migrantes que cortam cana no Avaré é um trabalho com carga horária excessiva, consequentemente, gerando uma atividade exaustiva, além da alimentação inapropriada, com condições precárias de vida. Com isso, percebe-se que a cada período mais intenso de trabalho com o facão nas mãos, os migrantes safristas ficam ansiosos e esperançosos com o propósito de retorno para o lugar de origem.
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