O texto sistematiza questões relacionadas à pesquisa (auto)biográfica no campo da Educação, centrando-se na discussão da escrita do diário como dispositivo de pesquisa-formação e suas implicações com condições de trabalho e adoecimento docente. Objetiva-se ampliar o debate sobre possibilidades do uso do método (auto)biográfico e desafios na contemporaneidade, especialmente, no que se refere ao fenômeno do adoecimento docente e a suas interfaces com o mundo do trabalho. Utilizamos como corpus de análise diários de cinco professores, analisando-os numa perspectiva interpretativa-compreensiva. As narrativas dos docentes, construídas nos diários, evidenciam experiências do adoecer e suas interfaces com condições objetivas e subjetivas do trabalho, inscritas num projeto de refiguração da vida-profissão, mediado pela escrita de si como dispositivo de resistência, de aprendizagens com a doença e disposições de cuidado de si.
O trabalho ocupa a maior parte do tempo na vida adulta. O que fazer quando ele se torna fonte de sofrimento e adoecimento? Partindo dessa questão, este texto tem como centralidade a relação entre trabalho, saúde e doença e a refiguração da vida-profissão. A proposta de refiguração neste estudo, cujo foco é o processo de saúde-doença de professores(as), elege as escritas de si como dispositivo metodológico. Por meio deste, procuram-se identificar situações que provocam adoecimento, refletir sobre causas e consequências da doença e perceber aprendizagens relacionadas às experiências da doença. Partimos do pressuposto de que por meio da “história da doença” cada professor(a) pode ampliar a consciência de si mesmo(a), gerando horizontes de perspectivas na vida e no trabalho.
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