Um olhar bakhtiniano sobre a questão do dialogismo X monologismo: Macabéa e a linguagem no processo de (des)constituição do "eu" A Bakhtinian view on the issue of dialogism versus monologism: Macabéa and the language within the process of the (de)constitution of the "I" RESUMO -Bakhtin, no desenvolvimento de suas teorias, concedeu especial atenção às questões relativas à linguagem, considerando também de fundamental importância o papel exercido pelo outro na formação do homem. Assim, mostrou-se preocupado em tratar a linguagem não como simples veículo de comunicação entre os homens, mas como uma atividade social de essencial importância para o desenvolvimento humano. Diante do exposto e em consonância com os conceitos de alteridade e dialogismo bakhtiniano, no presente trabalho, propomo-nos a verifi car alguns aspectos relativos à Macabéa, personagem da obra A hora da estrela, de Clarice Lispector, bem como seus contatos com o mundo, via linguagem, procurando nestes encontrar elementos elucidativos de sua difi culdade em interagir com o universo que a cerca e a consequente (des) constituição de sua identidade. Palavras-chave:Bakhtin, dialogismo, monologismo, alteridade.ABSTRACT -Bakhtin, during the development of his theories, focused matters concerned to language, also taking account of the vital importance of its role in the formation of men. Thus, he was concerned in treating language not only as a simple mean of communication among people, but also as a social and crucial activity for the development of human beings. According to that and regarding the Bakhtinian concepts of alterity and dialogism in this paper, we intend to verify some aspects related to Macabéa, the protagonist of the novel entitled A Hora da Estrela, by Clarice Lispector, as well as her communication with the outside world, via language, trying to clarify, into that process, elucidative elements which attest her diffi culty in interacting with the world that surrounds her, besides the consequent de(constitution) of her own identity.
Nas palavras de Candido (2006), a literatura é um espaço onde há a possibilidade de expressar e problematizar as dinâmicas sociais. Longe da neutralidade discursiva, a literatura pode agir tanto na confirmação de consensos, quanto produzir novos sentidos para a realidade, construir rupturas. A produção literária contemporânea, embora se apresente difusa e homogênea, com novas formas de construção narrativa e novos atores sociais, que configuram o centro e as margens, encontra dificuldade na configuração dos sujeitos que fogem das normas de gênero. Sendo assim, presente artigo propôs a mapear, investigar e analisar as configurações de violência e subalternidade de personagens travestis no romance brasileiro contemporâneo (2000-2016). Percebeu-se que o discurso literário, aliado ao discurso das mídias e outros meios culturais,atravessa os corpos das personagens travestis, de forma a inserir-lhes uma história única, que não representa um todo subjetivo e ambíguo, produto de nossa época. Para isso, o artigo apoiou-se nos estudos de Judith Butler (2003), Don Kulick (2008), Regina Dalcastagnè (2012), Beatriz Resende (2008) e outros(as) teóricos(as) que foram utilizados(as) no decorrer da pesquisa.
Este artigo tem como objetivo discutir sobre as concepções que estudantes cotistas sociorraciais da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) têm sobre os estudos de nível universitário. Para tal, participaram de nossa pesquisa 21 estudantes negros do campus de Jacarezinho/PR, os quais responderam a um questionário online. Propomos este recorte racial específico porque, conforme destaca Charlot (2000), as vivências sociais dos indivíduos influenciam no modo como eles se relacionam com o saber. Dessa forma, também queremos observar se o fator racial influencia na relação que eles estabelecem com a educação escolar. Os resultados preliminares indicam que o racismo influencia no modo como os estudantes em questão lidam com a educação, como forma de transpor as barreiras que ele impõe em suas vidas. Ademais, para a maioria, estudar está relacionado à ideia de se ter uma vida financeira melhor, por outro lado, para uma pequena parcela, ele também é tido como uma questão de empoderamento e melhoria pessoal.
Este artigo tem por objetivo problematizar e refletir acerca do sujeito negro e a sua relação com o saber escolar. Para tanto, escolhemos, como ponto de partida, o texto literário Lembrança das lições (1996), do autor negro Cuti, Luiz Silva, para servir como elemento deflagrador dessa problemática, já que esse texto literário materializa para a ficção os dramas comumente vivenciados pela população negra nas escolas. Partindo de uma pesquisa bibliográfica, pretendemos discutir sobre o modo como o negro é representado nas mídias e ambientes escolares e o impacto dessas representações na forma como ele enxerga a sua condição e, consequentemente, no modo como se relaciona com o saber escolar. No decorrer de nossa investigação pudemos constatar que muitos discursos, com ampla difusão em diversas mídias e no próprio âmbito escolar, podem propiciar a perpetuação do racismo de cor, de modo que suas consequências na vida de um sujeito negro podem, e geralmente são, como exposto no texto supracitado, ser devastadoras.
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