RESUMO: O presente texto é parte de uma pesquisa etnográfica sobre saberes e práticas populares em educação em saúde realizada de 2015 a 2017, no Quilombo Machadinha, e propõe-se a pensar o processo educativo do jongo pela perspectiva da filosofia africana e do conceito de identidade cultural. A primeira parte apresenta o jongo como prática afroancestral, característica dos quilombos do sudeste fluminense. A segunda aponta para os elementos filosóficos afrocentrados dessa dança. A terceira e quarta partes expressam os elementos que compõem o ensino do jongo: linguagem oral, o saber da experiência e a identidade cultural. Por fim, anuncia-se seu potencial de reorientação do ensino formal.
Este artigo se apoia na sistematização de experiências de Oscar Jara para reconstruir os caminhos de uma pesquisa-ação participativa em saúde nas comunidades rurais com base em experiências de prevenção e cuidado à saúde no enfrentamento da Covid-19. Desde junho de 2020 temos desenvolvido experiências de Educação Popular em Saúde (EPS) no campo, pautadas pela pedagogia freiriana nos territórios do norte e na baixada litorânea do estado do Rio de Janeiro, especificamente áreas de reforma agrária vinculadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra; em um território quilombola; e em um coletivo de mulheres interligado à Articulação de Agroecologia Serramar. A análise dessas experiências aponta alternativas pedagógicas produzidas pelo encontro entre saberes acadêmicos e populares, buscando amparo na comunicação popular, no protagonismo das comunidades rurais, em especial de mulheres, como produtoras de conhecimento, práticas de cuidado e de resistência.
This article presents and debates historical elements of quilombola struggle and resistance as significant aspects for the production of health and defense of life in these territories. We articulate and reflect upon the importance and limits of the Family Health Strategy in the recognition, appreciation and integration of knowledge and practices of quilombola communities to professional health care focusing on their work processes. This study results from a participatory health research developed with workers of a Family Health Strategy in a quilombola community from north of Rio de Janeiro (Brazil) during the COVID-19 pandemic. We concluded that, despite the potential of the Family Health Strategy, the challenges for comprehensive health care in the territory studied tend to compromise the community’s protagonism - especially that of women - and the effectiveness of care. Quilombola knowledge, experiences and ancestral memories of care are not valued within the scope of the Family Health Strategy. These aspects have little impact on territorialized health care and, therefore, far from a public policy of rights.
Resumo Este artigo apresenta e discute elementos históricos de luta e resistência quilombolas, aspectos significativos para a produção de saúde e defesa da vida nesses territórios. Articula e tece reflexões sobre a importância e os limites da Estratégia Saúde da Família no reconhecimento, na valorização e na integração de saberes e práticas de comunidades quilombolas ao cuidado profissional em saúde com foco em seus processos de trabalho. Trata-se dos resultados de uma pesquisa-ação participativa em saúde desenvolvida com trabalhadores de uma unidade de Saúde da Família em uma comunidade quilombola no norte do Rio de Janeiro no período da pandemia da Covid-19. Concluiu-se com a pesquisa que, apesar das potencialidades da Estratégia Saúde da Família, os desafios para a integralidade da atenção à saúde no território estudado tendem a comprometer o protagonismo da comunidade - especialmente das mulheres - e a efetividade do cuidado. Não são valorizados, no âmbito da Estratégia, saberes, experiências e memórias ancestrais de cuidado do quilombo - aspectos com pouco rebatimento na atenção territorializada da saúde e, por conseguinte, distantes de uma política pública de direitos.
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