Objetivo: descrever a experiência de um projeto de extensão que utiliza oficinas de PS como ferramenta de educação em saúde direcionado ao ensino de PS a estudantes de ensino médio. Assim, acadêmicos de medicina desenvolveram oficinas dirigidas a estudantes de ensino médio de escolas públicas da cidade de Boa Vista, Roraima. O processo educativo foi divido em quatro etapas: I- exposição das situações mais frequentes de PS; II- avaliação prévia dos conhecimentos dos participantes com perguntas relacionadas a situações de PS; III- exposição teórico-prática das técnicas e condutas em situações de PS; IV- avaliação da compreensão e reprodução das técnicas trabalhadas. Percebeu-se despreparo da população frente às emergências: condutas expostas, majoritariamente, basearam-se erroneamente na crença popular, sem respaldo científico. Todavia, participantes correlacionaram experiências prévias, permutaram conhecimentos e expuseram argumentos, conforme os princípios horizontais dessa intervenção teórico-prática. Houve grande interesse nas práticas, contribuindo para uma participação exitosa dos integrantes que demonstraram aprender conhecimentos confirmados após comparação dos pré e pós-testes, portando-se adequadamente diante emergências. Conclui-se que os estudantes de ensino médio trabalhados em Boa Vista carecem de noções básicas e de intervenções de ensino de PS, porém, há interesse desse público nessa temática que, quando trabalhadas com metodologias teórico-práticas horizontais e interativas, permitem que as noções básicas em PS sejam aprendidas de modo efetivo. Experiências como essa, escassas no estado de Roraima, podem contribuir como incentivos para outras universidades, principalmente no Norte do Brasil, para o desenvolvimento de projetos de extensão similares, fortalecendo, assim, o papel social das universidades.
O presente estudo objetiva investigar as condições de vida e o acesso aos serviços de saúde dos refugiados venezuelanos em abrigos de Roraima-RR. Quanto à metodologia, este é um estudo qualitativo-exploratório, feito com 22 imigrantes que vivem em abrigos. Utilizaram-se entrevistas semiestruturadas, observação participante e a Análise de Conteúdo de Bardin. A partir disso, quatro categorias surgiram: I. Convivência e relações interpessoais, em que se destacaram atritos por motivo de alimentação, brigas de crianças e pouca cordialidade; II. Segurança nos abrigos, em que a maioria se sente segura, mas relata furtos, brigas e invasões pontuais; III. Higiene nos abrigos, sobre a qual somente metade dos entrevistados está satisfeita, destacando-se banheiros sujos, falta de água e artigos de limpeza; IV. Relações com o serviço de saúde: há o acesso e satisfação com os serviços de saúde, em que a maior procura é por vacinação, consultas, pré-natal e aquisição de medicamentos. Houve críticas à falta de medicamentos nos serviços de saúde, demora, superlotação e discriminação com venezuelanos. Infere-se, portanto, que os principais desafios da vida no abrigo estão relacionados às interações humanas, ainda que haja problemas com a segurança e condições higiênicas do local. Apesar das dificuldades relatadas, os entrevistados se mostraram satisfeitos com o acesso aos serviços públicos de saúde.
Este estudo tem por objetivo relatar uma experiência de estratégias de educação em saúde, abordando sexualidade, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e empoderamento do corpo adolescente em escolas na cidade de Boa Vista, Roraima. Utilizaram-se oficinas lúdicas e interativas, além de rodas de conversas de método transversal para abordar os temas: gravidez na adolescência; puberdade; questões de gênero; ISTs; sexualidade; estereótipos sociais; machismo; heteronormatividade e homofobia. Primeiramente, foi realizada uma oficina com intuito de divulgar conhecimentos para a prevenção de ISTs e de gravidez precoce. Notou-se que mesmo com o êxito na divulgação dos conceitos biocientíficos, a barreira sociocultural impera. Portanto, reafirma-se a necessidade de intervenções com conteúdo preventivista, porém, entende-se que são insuficientes para atingir a educação plena em saúde, a quebra dos mitos e a contribuição necessária pelos ambientes escolares no desenvolvimento sexual infantil. Na segunda oficina, o foco foi no debate de conceitos da pluralidade sexual e da identidade de gênero. Nessa, percebeu-se que apesar da existência de conhecimentos prévios quanto a sexualidade, os alunos escolares persistiam em acreditar em uma sexualidade heteronormativa e, em sua maioria, rejeitavam a existência de outras identidades de gênero. Isto é, as barreiras socioculturais novamente são mais importantes para o enfrentamento da homofobia e da transfobia que a falta de conceitos-chave sobre sexualidade. Por fim, pode-se afirmar que estas intervenções fortalecem a formação profissional dos acadêmicos de medicina, ao passo que ampliam a discussão acerca da sexualidade no ambiente escolar, sendo um passo importante para debater a educação sexual e suas metodologias.
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