Discutiremos, no presente texto, as análises conduzidas sobre uma experiência compartilhada entre quatro graduandos do curso de Ciências Biológicas com um jogo didático por nós desenvolvido para o ensino de Evolução Biológica (EB). Nosso objetivo foi verificar as potencialidades em termos de ensino e aprendizagem desse conteúdo através das relações construídas entre os jogadores e o jogo. Fizemos o uso de uma abordagem qualitativa de pesquisa. Nossa coleta de dados utilizou-se da gravação em áudio e vídeo dos participantes jogando. Em seguida, transcrevemos parte das falas que teciam relações com o conteúdo de EB. Para a seleção dos eventos, buscamos por controvérsias, momentos em que houve discordância entre os jogadores e o jogo, assim como identificamos ocasiões em que o jogo evidenciou situações em torno do ensino-aprendizagem de conceitos de EB. Nossos resultados identificaram três categorias, a saber: i) Estabelecendo controvérsias: jogabilidade e realidade se chocam; ii) Identificando lacunas em torno da aprendizagem de conteúdos de Ciências; e iii) Ampliando ou ressignificando sentidos dos conceitos de EB aprendidos. Percebemos que o jogo permite diferentes relações entre a realidade (mundo físico) com o mundo jogado (mundo virtual), mas que foi preciso fazer adaptações para que essas relações se mostrassem possíveis. Consideramos que o jogo elaborado apresenta um significativo potencial de recurso auxiliar no ensino de conteúdos tão abstratos e complexos como os da EB, ao mesmo tempo em que entretém e permite uma interação maior entre os aprendizes-jogadores.
O presente artigo teórico parte da constatação já alicerçada na comunidade de pesquisadores em educação de que ensinar ciência é também ensinar sobre a natureza da ciência. Procurando contribuir para esta proposta de pesquisa e ensino, analisamos a construção da objetividade científica, sob a perspectiva de Bruno Latour, em três momentos distintos: a pesquisa em laboratório, o posicionamento argumentativo do artigo científico e a circulação mais ampla do conhecimento na comunidade científica e nos contextos socioculturais. Discutimos as implicações para a compreensão da natureza da ciência e, ao final, apontamos algumas questões de pesquisa e consequências para o ensino.
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