Analisa-se, no Romance IV ou Da Donzela Assassinada e no XI Romance XI ou Do Punhal e da Flor, constantes do Romanceiro da Inconfidência (2012), a identificação de voz do ator social no feminino, que esteve no cenário da derrama e que sofreu a violência paterna ou de parente próximo, em consequência da ambição desmedida pela posse de ouro e pedras preciosas, pois cada família disputa/privilégio mais antigos;/ e Por ódio, cobiça, inveja/ vai sendo o inferno traçado/ (MEIRELES, p.48-49), nas cercanias de Vila Rica, nas Minas Gerais do século XVIII; procurando estabelecer elos com a sociedade atual brasileira. Desta sorte, problematiza-se a coordenada: ontologia-epistemologia-ética-estética, que elegeu um determinado sujeito de conhecimento, na atribuição do certo/errado, justo/injusto e do belo/feio; com a negação da memória e vida plena à alteridade, sem levar em conta o rosto desejante do outro em suas demandas, assente ao privado.
Palavras-chave: Gênero. Violência. Cidadania. Feminicídio.
O presente artigo trata a respeito da construção discursiva da identidade de gênero para além do binarismo, buscando entender como o constructo ideológico torna invisíveis as identidades de gênero inadequadas ao modelo ditado pela heterossexualidade compulsória do desejo. Tendo como corpus literário o poema “Enquanto meus pés balançam”, de autoria de Jeisiekê de Lundu, intenta-se compreender como a matriz cultural que torna não inteligível e, portanto, fora do campo da representação, a identidade de gênero que não decorre nem do sexo, nem do gênero. Para tanto, utiliza-se como arcabouço teórico: Simone de Beauvoir (1980), Célia Amorós e Ana de Miguel Alvarez (2010), Judith Butler (2014), Pierre Bourdieu (2000), entre outros.
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