O presente artigo trata a respeito da construção discursiva da identidade de gênero para além do binarismo, buscando entender como o constructo ideológico torna invisíveis as identidades de gênero inadequadas ao modelo ditado pela heterossexualidade compulsória do desejo. Tendo como corpus literário o poema “Enquanto meus pés balançam”, de autoria de Jeisiekê de Lundu, intenta-se compreender como a matriz cultural que torna não inteligível e, portanto, fora do campo da representação, a identidade de gênero que não decorre nem do sexo, nem do gênero. Para tanto, utiliza-se como arcabouço teórico: Simone de Beauvoir (1980), Célia Amorós e Ana de Miguel Alvarez (2010), Judith Butler (2014), Pierre Bourdieu (2000), entre outros.
O presente artigo explora, por meio de conceitos e referenciais teóricos da análise do discurso digital, os sentidos do silêncio de Damares Alves, enquanto ministra de Estado, no lançamento da campanha “Enfrentamento à Violência Contra a Mulher”, em novembro de 2019. Tomamos o conceito de silêncio constitutivo (ORLANDI, 2007) em que o silêncio de Damares pode ser entendido como simulacro com os contornos de performance. O corpus foi composto a partir de publicações no Twitter na conta oficial da ministra (@DamaresAlves). Buscamos abordar os efeitos de sentido produzidos quando diferentes formações discursivas significaram o silêncio da ministra.
A encruzilhada epistemológica comparece como cerne da entrevista com a poeta/performer e docente da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Daniela Galdino, que soma forças aos movimentos de re-existências ao mercado editorial brasileiro, criador de obstáculos à publicação e à circulação de obras literárias assinadas por escritoras e demais identidades dissidentes. A fim de combater os silenciamentos históricos, obras colaborativas, como a coletânea por ela organizada Profundanças - antologia híbrida – literária e fotográfica – promovem, a partir do diálogo entre diferentes estéticas, a guerrilha literária, de outro modo, dribla o mercado editorial brasileiro. No que toca à metodologia que orientou a condução da entrevista, essa compreende a escrita de perguntas e respostas e a disponibilização por troca de mensagens, via email, de modo a garantir uma amplitude de temas a serem tratados e uma gama de referências, construindo interlocuções profícuas, no intervalo de tempo justo.
A presente comunicação intenta realizar uma análise espacial do texto Águas de Rita, de autoria de Belize Pombal, presente na coletânea erótica Além dos Quartos, em que tomamoscomo baseas relações singulares entre espaço, sexualidade, prazer e tecnologia presentes na obra Pornotopia de Preciado (2020). Antevendo e problematizando as diferenças conceituais entre o erótico e o pornográfico e, a partir dos estudos de Mota (2012), pelo viés da Análise de Discurso materialista, desconstruindo a ideia de uma fronteira rígida entre eles, pretendemos trabalhar em retrospecto o conceito de heterotopia presente na filosofia foucaultiana, tendo por base a análise de Preciado (2020) acerca do conceito de pornotopia. Em Águas de Rita, temos a representação de uma mulher negra, seus dilemas envolvendo sua sexualidade em um contexto urbano, de modo que buscamos compreender como se posicionam as identidades (BUTLER, 2017) subjetivas das mulheres negras, enquanto sujeitos e não como objetos eróticos, frente aos seus desejos, aos seus corpos e aos seus afetos. Para tanto, utilizamos também o arcabouço teórico presente nas obras de Preciado (2018); Kilomba (2019) e Maingueneau (2010). Palavras-chave: mulheres negras; erotismo; crítica feminista; sexualidade.
O presente artigo trata da necessária revisão do cânone literário sob uma perspectiva interseccional, a partir da realização de rasuras no campo da representação. Defende-se o feminismo contemporâneo como um movimento de agência, apontando a intervenção política como uma de suas principais dimensões, a partir do lugar de fala. Promove-se, assim, a autorrepresentação das mulheres lésbicas escritoras, que por muito tempo foram relegadas ao lugar da não representação. Como corpus literário, elege-se o poema sem título de Ana Mendes, mulher sul-americana e lésbica, através do qual se intenta analisar a pertinência de se compreender os atravessamentos, nas representações do presente, dos seres subalternizados e, portanto, desviantes da norma na dinâmica da sociedade branca cisheteropatriarcal. Para tanto, utiliza-se como arcabouço teórico: Butler (20170, Schmidt (2017), Spivak (2010), Berth (2017), Ribeiro (2018), entre outros.
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