A língua não somente categoriza o mundo como nos obriga a dizer algo acerca desse mundo. Não é para menos que, já na Grécia Antiga, os pirrônicos encontravam-se em difi culdades em seu discurso: uma vez que postulavam a (momentânea) suspensão do juízo como postura fi losófi ca, como não predicar ao falar? Segundo Montaigne, para evitar a armadilha de recorrer constantemente à modalizações no estilo “afirmo que não afirmo”, os pirrônicos teriam de se valer de uma linguagem outra, uma imaginária língua, negativa. Entretanto, se pensarmos essa problemática na perspectiva da Análise de Discurso, poderíamos propor o silenciar, enquanto prática/ apraxia, como forma mais efi caz de suspensão do juízo?
O presente artigo explora, por meio de conceitos e referenciais teóricos da análise do discurso digital, os sentidos do silêncio de Damares Alves, enquanto ministra de Estado, no lançamento da campanha “Enfrentamento à Violência Contra a Mulher”, em novembro de 2019. Tomamos o conceito de silêncio constitutivo (ORLANDI, 2007) em que o silêncio de Damares pode ser entendido como simulacro com os contornos de performance. O corpus foi composto a partir de publicações no Twitter na conta oficial da ministra (@DamaresAlves). Buscamos abordar os efeitos de sentido produzidos quando diferentes formações discursivas significaram o silêncio da ministra.
A presente comunicação intenta realizar uma análise espacial do texto Águas de Rita, de autoria de Belize Pombal, presente na coletânea erótica Além dos Quartos, em que tomamoscomo baseas relações singulares entre espaço, sexualidade, prazer e tecnologia presentes na obra Pornotopia de Preciado (2020). Antevendo e problematizando as diferenças conceituais entre o erótico e o pornográfico e, a partir dos estudos de Mota (2012), pelo viés da Análise de Discurso materialista, desconstruindo a ideia de uma fronteira rígida entre eles, pretendemos trabalhar em retrospecto o conceito de heterotopia presente na filosofia foucaultiana, tendo por base a análise de Preciado (2020) acerca do conceito de pornotopia. Em Águas de Rita, temos a representação de uma mulher negra, seus dilemas envolvendo sua sexualidade em um contexto urbano, de modo que buscamos compreender como se posicionam as identidades (BUTLER, 2017) subjetivas das mulheres negras, enquanto sujeitos e não como objetos eróticos, frente aos seus desejos, aos seus corpos e aos seus afetos. Para tanto, utilizamos também o arcabouço teórico presente nas obras de Preciado (2018); Kilomba (2019) e Maingueneau (2010). Palavras-chave: mulheres negras; erotismo; crítica feminista; sexualidade.
Doutor em Letras-Estudos Linguísticos-pela UFSM, bolsista pós-doc FAPERJ, integrante do Laboratório Arquivos do Sujeito (LAS), da Universidade Federal Fluminense. Resumo: O presente artigo visa a discorrer sobre o funcionamento especular da Ideologia em cotejo com as três modalidades de funcionamento subjetivo propostas por Pêcheux, a saber: identificação, contraidentificação e desidentificação. Com isso, investigamos as formas de inscrição dos sujeitos nas formações discursivas. Além disso, pretende-se articular conceitos de Análise de Discurso de linha francesa com formulações do pensamento de Feuerbach, Stirner, Freud, Althusser e , cuja temática converge com os citados conceitos.
O presente artigo tem como escopo abordar os conceitos de fetichismo e de espetáculo e avançar na compreensão da relação destes com a noção de sujeito, com a de corpo e, sobretudo, com o modo de funcionamento do capitalismo no começo do século XXI. Para tanto, serão analisados enunciados publicitários, capas de revista e fotografias. Noções como subjetivização da mercadoria, reificação do sujeito, valor de exposição exigem uma maior compreensão dos efeitos do imagético, em que o espetáculo e o fetiche, como teorizados no interior do materialismo histórico, se mostram indissociáveis no seio do processo histórico que nos define.
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