O artigo tem como objetivo instrumentalizar o pesquisador, segundo a abordagem da Psicologia sociohistórica, nos procedimentos de análise de material qualitativo, visando a apreender os sentidos que constituem o conteúdo do discurso dos sujeitos informantes através do que chamamos de núcleos de significação. Na primeira parte, é feita uma retomada de aspectos teórico-metodológicos desenvolvidos a partir, basicamente, de Vigotski, tais como a importância de um método materialista histórico e dialético, as categorias linguagem e pensamento e as noções de significado e sentido, necessidades e motivos. Na segunda parte, propomos algumas etapas de procedimento de organização e análise do material levantado, particularmente através de entrevistas, visando a chegar aos núcleos de significação no caminho da apreensão dos sentidos e da subjetividade dos informantes. Destacamos três etapas: pré-indicadores, indicadores e núcleos de significação. Complementando o texto, ilustramos os procedimentos propostos com uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado orientadas pelos autores, no sentido de visualizar a análise dos núcleos de significação.
ResumoPretende aprimorar uma proposta de análise dos sentidos presentes no discurso, já publicada em 2006 pelos mesmos autores. Na primeira parte, é destacada a importância do referencial teórico e metodológico, no caso o da Psicologia Sócio-Histórica, e suas implicações para a apreensão dos sentidos. Para isso, discute algumas categorias, como mediação, historicidade, sentido e significado. Na segunda parte, é retomada a proposta já feita dos núcleos de significação como meio de se apreender os sentidos, mas à luz de novas reflexões e teorizações. Para ilustrar a forma de proceder à análise, um novo exemplo é apresentado, sendo que, nesse processo, foi possível avançar tanto no que se refere aos procedimentos de análise de material discursivo quanto na teorização essencial a todo o processo.Palavras-chave: sentidos; núcleos de significação; Psicologia Sócio-Histórica.
Este estudo teve como objetivo examinar a concepção de adolescência/adolescente presente no discurso dos jovens, bem como de que maneira eles entendem a passagem para a chamada idade adulta. Foi feita uma discussão articulando criticamente esta concepção com aquela apresentada pela Psicologia e veiculada pelos meios de comunicação em geral. A análise teve como base a abordagem socioistórica que entende a adolescência como uma categoria historicamente construída. Os sujeitos foram 856 jovens do ensino médio da Grande São Paulo com idade entre 14 e 21 anos, de ambos os sexos, das classes socioeconômicas de A a E e de três etnias presentes na população estudada (brancos, negros, orientais). Aplicou-se um questionário com cinco questões abertas e a análise seguiu uma perspectiva qualitativa mediante programa Spad-T. Do material coletado resultaram sete núcleos de significação que apontam a diversidade de adolescências presente na nossa sociedade e a importância de se entender o processo adolescente dentro de contextos específicos, levando em conta a sua multideterminação. Apesar de alguns aspectos serem comuns a todos os adolescentes, foram detectadas diversidades, basicamente em razão das diferenças de classe social e de gênero. Destacou-se também a determinação étnica (particularmente quanto aos orientais) na constituição da subjetividade e no lidar com a realidade social.
Este trabalho examina os sentidos construídos sobre adolescência, com suas implicações na prática de médicos e enfermeiros, integrantes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) de um município do interior paulista. A análise, com base em entrevistas, constata que o imobilismo para ações conjuntas é reforçado pelo predomínio da visão natural, universal e patológica, que coloca a adolescência no não lugar do cotidiano das equipes de saúde da família. Por isso, a necessidade de se repensar concepções a partir do lugar que tais profissionais ocupam no mundo do trabalho.
Pretende aprimorar uma proposta de análise dos sentidos presentes no discurso, já publicada em 2006 pelos mesmos autores. Na primeira parte, é destacada a importância do referencial teórico e metodológico, no caso o da Psicologia Sócio-Histórica, e suas implicações para a apreensão dos sentidos. Para isso, discute algumas categorias, como mediação, historicidade, sentido e significado. Na segunda parte, é retomada a proposta já feita dos núcleos de significação como meio de se apreender os sentidos, mas à luz de novas reflexões e teorizações. Para ilustrar a forma de proceder à análise, um novo exemplo é apresentado, sendo que, nesse processo, foi possível avançar tanto no que se refere aos procedimentos de análise de material discursivo quanto na teorização essencial a todo o processo.
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