Introdução: No Brasil, o suicídio está entre as principais causas de morte externa entre adultos jovens do sexo masculino, de 29 a 39 anos, chegando, no ano de 2015, na mesma faixa etária e sexo, ser a terceira principal causa. Entre 2011 e 2015, nos indivíduos de ambos os sexos com idade igual ou superior a 20 anos, a primeira causa de suicídio foi o enforcamento, seguida por intoxicações exógenas1. Considerando que a Atenção Primária é porta de entrada dos usuários nos serviços de saúde e conta com profissionais conhecedores das peculiaridades de sua comunidade, a realização do primeiro atendimento nas unidades básicas de saúde mostra-se essencial para a percepção dos sintomas iniciais de modo a reconhecer a ideação suicida. Aliado a isso, as campanhas de prevenção ao suicídio estão baseadas em estudos que evidenciam que falar sobre o tema é uma das formas de prevenir o fenômeno2. Objetivo: Relatar uma atividade de Educação em Saúde realizada em comunidades de abrangência de um Centro de Saúde da Família de Chapecó, sobre o tema suicídio. Metodologia: A atividade foi desenvolvida por uma equipe do PET-Saúde Interprofissionalidade e profissionais do Centro de Saúde, no período de março a junho de 2019, que por meio de um grupo programático denominado “Saúde na Comunidade”, visitaram quatro comunidades de contextos urbano e rural e convidaram a população a pensar sobre o suicídio. Com o auxílio de um cartaz, que apresentava o desenho de uma pessoa cabisbaixa e com o olhar triste, eram narrados seu estado de humor deprimido e seus pensamentos suicidas. Em seguida as pessoas da comunidade foram convidadas a elaborar perguntas e frases de apoio que poderiam ser direcionadas ao personagem. Resultados: A técnica possibilitou que as pessoas participassem da atividade e falassem sobre um tema que para muitos ainda é considerado um “tabu”. Os participantes narraram histórias de suicídio vivenciadas e expressaram sentimentos de tristeza e consolo, o que contribuiu para o vínculo entre os usuários e destes com os profissionais e acadêmicos. Ao mesmo tempo foi explicado para a comunidade o fluxo de atenção em saúde mental em casos de ideação/planejamento suicida. A prevenção ao suicídio é baseada na atenção ao outro, aos seus silêncios, recolhimento social, aos eventuais e sutis pedidos de ajuda. No sistema de saúde, os profissionais da Atenção Básica, assim como os que atuam nas unidades de emergência, são tão estratégicos quanto psicólogos, psicoterapeutas e psiquiatras, auxiliando na abordagem sistêmica de prevenção e na intervenção rápida para quem está sofrendo. Considerações Finais: A atividade propiciou uma rica discussão com a comunidade sobre um tema de extrema relevância. Promoveu ainda um momento de construção coletiva, de reflexão, de aprendizado e interação entre os acadêmicos e os profissionais de saúde e com a comunidade. Espera-se que ações como essas contribuam para a prevenção de novos casos de suicídio. Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde. Saúde Mental. Suicídio.

Obesity is associated with psychological factors, such as depression and anxiety. Both are included in the group of chronic non-communicable diseases. This study aimed to assess risks associated with anthropometric measures and to determine psychological factors that may be related to obesity. This is a cross-sectional study, conducted in the municipality of Chapecó, SC, with patients over 18 years old, with a BMI greater than or equal to 30 kg / m2, of both sexes. In all, 50 patients participated in the study. The average BMI, according to sex, was 39.2 kg/m² for men and 36.8 kg/m² for women. As for anthropometric measurements, most patients were considered at increased risk. As for psychological factors, 7.7% of the altered BMI was explained by the depression score. Anxiety explained 12.3% of the BMI. One can verify the co-determination between anxiety and depression and obesity.

Introdução: A obesidade decorre do balanço energético positivo que favorece o acúmulo de gordura. É considerado um problema de saúde pública, de difícil tratamento por ser de causas multifatoriais. Objetivo: descrever o perfil de pacientes obesos atendidos na rede de Atenção Básica do município de Chapecó. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa do tipo transversal, com pacientes maiores de 18 anos, com IMC maior ou igual a 30 kg/m2, de ambos os sexos. Foram realizadas medidas antropométricas dos pacientes e aplicado questionários sociodemográfico e de frequência alimentar, bem como, questões relacionadas à ansiedade e ao estresse. O banco de dados foi construído no Software Excel for Windows e a análise estatística foi realizada por meio do software Past (versão 3) através de estatística descritiva (frequência) e comparadas por meio de testes não paramétricos (Mann-Whitney e Kruskal-Wallis). Resultados: Ao todo, 50 pacientes participaram do estudo. O IMC variou significativamente (p0,05) segundo o acesso ao serviço de saúde, ao consumo de frutas e frituras e ao sentimento de culpa. Não foi encontrada relação estatisticamente significativa (p0,05) segundo sexo, escolaridade, estado civil, zona de residência, ocupação, horas diárias trabalhadas, renda, meio de transporte, saneamento básico, número de consultas anuais e frequências de consumo de saladas, legumes, verduras, feijão, leite e derivados, hambúrguer e embutidos, biscoitos e salgadinhos, doces e refrigerantes e estresse. Conclusão: Os resultados indicam relação da obesidade com fator psicológico, além da frequência e das escolhas alimentares. O atendimento multiprofissional assegura a integralidade da atenção básica e pode ser um fator favorável no controle da obesidade.