ResumoContexto: Muitos transtornos psiquiátricos, geralmente diagnosticados pela primeira vez na infância, estão associados a maus-tratos, entre eles o abuso físico, causando significativo impacto no desenvolvimento das crianças acometidas. Objetivos: Avaliar a associação entre um diagnóstico psiquiátrico do grupo dos transtornos de déficit de atenção e do comportamento disruptivo (TDACD) em crianças e a história de abuso físico na infância. Métodos: Em um estudo seccional, crianças de 3 a 12 anos, atendidas em um ambulatório de psiquiatria de um hospital universitário, foram avaliadas por meio do MINI KID (Mini International Neuropsychiatric Interview for Children and Adolescents), tendo sido diagnosticadas de acordo com os critérios do DSM-IV. A avaliação de abuso físico e de outros eventos traumá-ticos foi realizada por um questionário específico, o LSC-R (Life Stressor Checklist -Revised) e inclui diferentes tipos de maus-tratos. Resultados: Encontrou-se uma razão de chance mais alta de exposição freqüente ao abuso físico (p = 0,02) no grupo de crianças diagnosticadas com TDACD. Não se encontrou associação entre transtornos de humor (p = 0,67) e de ansiedade (p = 0,57) com abuso físico. Evidenciou-se uma relação de temporalidade entre o grupo dos TDACD e abuso físico (66,6%). Após ajuste de possíveis fatores de confundimento, meninos demonstraram índices significativamente mais elevados de abuso físico do que meninas (p = 0,001). Conclusões: Nossos achados documentaram associação entre um diagnóstico do grupo dos TDACD em crianças e abuso físico na infância. Abramovitch S, et al. / Rev Psiq Clín. 2008;35(4):159-64Palavras-chave: Transtornos mentais da criança, transtorno de déficit da atenção e do comportamento disruptivo, acontecimentos que mudam a vida, maus-tratos infantis, violência doméstica. AbstractBackground: Many psychiatric disorders diagnosed at the first time in childhood are associated with child abuse, like physical abuse. This disorders cause an important impact on the childhood development. Objectives: To investigate the association between children with attention-deficit and disruptive behavior disorders group (ADDBD) and physical abuse in childhood. Methods: Cross-sectional study using the MINI KID (Mini International Neuropsychiatric Interview for Children and Adolescents) to evaluate children with and without the diagnostic of ADDBD group. Physical abuse was evaluated using the LSC-R (Life Stressor Checklist -Revised) and included others child abuses. Results: We found a higher odds ratio for frequent exposure to physical abuse (p = 0,02) in the ADDBD group than in the group without this diagnostic. No association between mood (p = 0,67) and anxiety (p = 0,57) disorders and physical abuse. We found a temporal association (66,6%) between ADDBD group and physical abuse. After adjusting
Introduction: The essential characteristic of Selective Mutism is the consistent failure to speak in social situations where speech is expected, despite the capacity of speaking in familiar places or situations. The child usually refuses to speak at school, but speaks normally and well at home. Most cases start at preschool age and have transitory course. Psychotherapeutical interventions and selective serotonin reuptake inhibitors are considered first and second line treatments, respectively. Objectives: The purpose of this current report is to describe the successful treatment of selective mutism in a school-age boy. Methods: This is a case report about a multidisciplinary approach on a boy who stopped talking at the age of 3, and restarted talking by the time he was 8 years old, after 1 year of treatment. Results: This study showed the improvement of the patient after he changed from a group therapy only to a combined psychiatric + individual psychotherapy + phonoaudiological treatment + family orientation + educational work (school). Discussions: This case of Selective Mutism had better and faster results with a multifocused treatment than single therapies only.
O tema do transexualismo encontra-se em destaque em nossa sociedade, e na clínica psicanalítica começam a chegar sujeitos que também nos endereçam essa questão. Como a psicanálise pode contribuir para o estudo do transexualismo? Sexo e gênero, sintoma e sinthoma serão cotejados no percurso deste texto. Apresento dois exemplos, nos quais sujeitos, em cuja certidão de nascimento estava escrito "sexo feminino", diziam sentir-se do sexo masculino -João Nery e Julia.Transexualismo é um termo criado pelo endocrinologista alemão-americano Harry Benjamim, que em 1953, sob o olhar da clínica médica, estabelece limites e marcadores verificáveis e diferenciados entre travestis, trans e homossexuais. Propõe o alívio do sofrimento moral por meio de tratamentos com hormônios e uma experiência no socius com o sexo proposto. Caso o desejo persista, a cirurgia para redesignação de sexo é indicada (BENJAMIM, 1953). Para Lacan, entretanto,"o transexualismo consiste, precisamente, num desejo muito enérgico de passar, seja por que meio for, para o sexo oposto, nem que seja submetendo-se a uma operação, quando se está do lado masculino" (LACAN, 1971a(LACAN, /2009. Refere, também, à paixão do transexual de "querer forçar pela cirurgia o discurso sexual, que, na medida em que é impossível, é a passagem do real" (LACAN, 1971b(LACAN, /2012. Chamamos a atenção, nessas passagens, para o fato de a medicina nomear de "transexuais masculinos" os sujeitos que autodesignam de "transmulheres"; vê-se então que, no discurso médico, o nome se refere ao sexo anterior à operação de transição, enquanto que no discurso dos próprios sujeitos, o significante indica o assim chamado "sexo psíquico", alma ou gênero, conforme o laço social em que esteja implicado. Na atualidade, a mudança de sexo é amparada pelo discurso da ciência. Como nos diz Catherine Millot, "não há transexual sem cirurgião e nem sem endocrinologista" (MILLOT, 1992, p. 17). Como o sexo biológico nem sempre coincide com o sexo psíquico de um sujeito, já que a natureza não é tão caprichosa assim, gens nunca determinaram e nem foram limite para o gozo sexual. Mas se a medicina pode mudar o corpo biológico do ser falante, ela não pode ignorar a problemática em torno da identidade sexual; deveria levar em conta a distinção entre a escolha de gozo de um sujeito, que o leva a dizer-se "homem" ou "mulher", e sua escolha de objeto/parceiro sexual, que será dita hetero ou homo. Nos seres falantes, as escolhas sexuais não são da ordem das identidades, mas das identificações, ou seja, são condicionadas pelos ditos do Outro simbólico, levando, por vezes, a mudanças no corpo próprio e à busca por reconhecimento social.
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