Com o surgimento de novas tecnologias da comunicação, o conceito de letramento tem sido, constantemente, repensado, para englobar uma variedade de modos de significação dos mais locais aos mais globais, distanciando-se, progressivamente, de uma noção do letramento puramente verbal escrito. Isso porque o mundo, hoje, demanda mais que letramento escrito. Antes, requer pessoas mais integradas ao design multissemiótico dos textos, que transponham o foco circunscrito à escrita como modalidade principal de veiculação de significados, que assumam outras tecnologias nas quais a sobreposição de modalidades oral, escrita, gestual, tátil, espacial e visual está presente. Assim, o presente trabalho se deve à crescente necessidade que o atual contexto sociocultural impõe aos profissionais da educação, de modo geral, e, mais especificamente, aos professores de Língua Portuguesa, sobre a necessidade de os estudantes se apropriarem da diversidade de linguagens, culturas e mídias que direcionam aos multiletramentos (ROJO, 2012). Em face disso, este estudo analisa as habilidades indicadas na Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Novo Médio, componente Língua Portuguesa (BRASIL, 2018), a fim de identificar as características dos multiletramentos em sua articulação.
Segundo Magalhães (2011), na cultura escolar, há uma permanente e a-histórica manutenção de sentidos e significados nas práticas diárias em sala de aula, no que se refere a ações-discursos fundamentados sem uma percepção simplista e individual, relacionada tanto a metas e objetivos para agir quanto às formas de conceber e gerar conhecimento. Essas questões, certamente, reverberam no ensino de leitura-escrita que, durante anos, privilegiou a modalidade escrita, em detrimento das outras formas de comunicação (ROJO, 2009). A concepção que subjaz a essa questão é de um ensino-aprendizagem de leitura-escrita encapsulado (ENGESTRÖM, 2013), desvinculado de uma perspectiva enunciativo-discursiva da linguagem. Tal perspectiva é assumida por documentos oficiais, orientadores obrigatórios, como a BNCC (BRASIL, 2017), e outros ordenamentos curriculares de igual importância, como as DCNEB, convergentes a esse compêndio da organização curricular brasileira. Assim, este estudo resgata uma atividade de ensino-aprendizagem de leitura, desenvolvida por pesquisadores do projeto DIGIT-M-ED Brasil (PUC/SP), organizada com base em atividade social, bem como a interação que se desenrolou a partir dela, para propor a elaboração de propostas não encapsuladas de construção de significados de leitura, em curso de formação.
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