INTRODUÇÃO: A sedimentação da qualidade teórica da educação médica é derivada de habilidades afetivas adequadas, passíveis de serem ensinadas e aprendidas. Essa aquisição, entretanto, requer abordagens curriculares diferenciadas, que propiciem a edificação de um vínculo profissional efetivo. OBJETIVO: Analisar a aquisição e evolução de atitudes dos discentes da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). METODOLOGIA: Foram selecionados, por conveniência, 120 estudantes (25% de cada ano). O instrumento de coleta de dados constou de questionário estruturado e validado, com 52 itens do tipo Likert. Foram avaliados aspectos psicológicos de doenças orgânicas, situações relacionadas à morte, atenção primária em saúde, doença mental, contribuição do médico ao avanço científico da medicina e aspectos da prática médica. RESULTADOS: As atitudes positivas predominaram, destacando-se o amadurecimento importante nas questões ligadas à morte e dificuldades na abordagem da doença mental. A atenção primária em saúde obteve maior percentual positivo. CONCLUSÃO: O estudo traz subsídios indicativos de que a aprendizagem baseada em problemas (ABP) pode possibilitar uma prática médica de qualidade, utilizando-se de metodologias ativas, vivenciais e dinâmicas.
Introdução. Historicamente observam-se diversos movimentos em prol da saúde sexual e reprodutiva feminina. Os mesmos vem problematizando a legalização do aborto, sendo este definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a interrupção da gravidez no máximo até a idade gestacional de 20-22 semanas e peso fetal de 500 gramas. Objetivo. O presente estudo buscou identificar como o aborto é discutido legalmente na América Latina, explorando a diversidade do tema. Método. Foi realizada uma revisão narrativa, utilizando-se as palavras-chave "aborto e (lei ou bioética)" lançadas nas bases de dados LILACS, SCIELO e PUBMED, no período de 2011 a 2016. Resultados e Discussão. Foram encontrados artigos científicos abordando 18 dos 20 países que atualmente compõem a América Latina, com exceção do Paraguai e Venezuela. Os resultados mostraram que alguns países e/ou estados têm leis menos restritivas, tais como Cuba, Uruguai e o Distrito Federal do México. Em contrapartida, outros consideram o aborto como prática ilegal sob qualquer hipótese, como Chile, Costa Rica, El Salvador, Honduras e Nicarágua. Os demais países encontrados despenalizam o aborto em situações específicas como estupro, malformações fetais incompatíveis com a vida e risco de vida ou à saúde da gestante. Conclusão. O tema da legalização do aborto ainda gera muitas ambivalências na América Latina. Contrapõem-se, por um lado, visões religiosas, o direito à vida fetal e o receio de banalização da prática, e, por outro, iniciativas de preservação da vida e dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, buscando diminuir os índices de aborto inseguro e mortalidade materna.
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