Este artigo analisa o ensino remoto no contexto da pandemia ocasionada pela Covid-19 sob a perspectiva de estudantes de Ensino Médio de escolas públicas estaduais. Os dados foram produzidos por meio da aplicação de um questionário on-line a estudantes e da coleta de relatos de gestores escolares submetidos à análise estatística e textual. Identificamos a persistência de uma educação corrupta, o que requer a luta pela democracia na educação pública, mediante uma urgente distribuição equitativa, controlada e norteada pela justiça escolar das condições e dos recursos a ela destinados.

O presente artigo tem por objetivo compreender o comportamento dos estudantes da Escola Estadual de Ensino Médio Olindo Flores da Silva, localizada no município de São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, durante a pandemia do novo coronavírus, no ano de 2020, quando da suspensão das aulas presenciais e adoção do ensino remoto. Para tanto, os dados foram produzidos por meio de um questionário online disponibilizado aos estudantes da escola na plataforma Google Classroom e nos grupos de mensagens instantâneas do aplicativo Whatsapp. Trata-se de um estudo de caso qualitativo, cujas respostas dos estudantes serão ponderadas por meio da análise textual discursiva. Os efeitos da pandemia foram sentidos por todos os setores da sociedade brasileira e a rotina das escolas foi substancialmente afetada. Neste contexto emergencial de implantação do ensino remoto, vislumbra-se um cenário complexo, cujos atores menos favorecidos acabam sendo excluídos do processo. A pandemia é mais uma das forças contrárias que, somadas a outros fatores externos e internos à escola, podem potencializar o abandono escolar, especialmente no Ensino Médio.