Trata-se de uma reflexão sobre a necessidade de relativização dos parâmetros impostos pela Unesco para reconhecimento do patrimônio natural. De acordo com a instituição a excepcionalidade, estética e monumentalidade emanadas de paisagens naturais referenciariam a escolha do patrimônio. O artigo objetiva demonstrar que em contextos de populações locais extrativistas ou denominadas de tradicionais amazônicas, os patrimônios naturais não devem ser validados em referenciais abstratos e distantes da realidades de sujeitos locais. A pesquisa tem um caráter dialético, qualitativo, bibliográfico e empírico decorrente da realização de trabalho de campo e os resultados demonstraram que no contexto amazônico, as paisagens naturais não expressam, tão pouco espelham imagens de patrimônios naturais "congelados", enrijecidos e distantes da ação humana, estando sua construção vinculada a totalidade socioespacial histórica, subversiva, memorial, evanescente e subalterna.
RESUMOTrata-se de um artigo que busca discutir a necessidade de construção de novos paradigmas de conhecimentos baseados na integração de saberes, especialmente os amazônicos. Num primeiro momento destacamos a imposição do conhecimento científico dominante como o único válido e que atua subordinando outros saberes que não estejam seguindo seus preceitos e normas. Contudo enfatizamos que a perspectiva científica hegemônica vem sofrendo crises em decorrência da emergência de novos paradigmas, dentre eles a perspectiva holística. No segundo momento, enfatizamos a cartografia de saberes amazônicos como referencial de análise epistêmica no contexto de populações locais. O artigo tem um caráter qualitativo, bibliográfico, os objetivos buscam discutir e apontar novos caminhos de pesquisa na Amazônia. Os resultados demonstraram que em comunidades amazônicas que interagem diretamente com a natureza os saberes, ciências e conhecimentos estão articulados formando teias locais que orientam a realização de práticas de trabalho, a construção do universo cultural cotidiano e podem guiar o fazer científico em novas perspectivas paradigmáticas.Palavras-chave: conhecimento científico, crise do paradigma dominante, cartografia de saberes; rizoma.
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