O presente artigo discute a possibilidade de pensar o currículo da escola formal na perspectiva da formação de um território-rizoma, ou seja, de uma proposta de estudo flexível, não hierárquica, interdisciplinar e baseada em uma prática educativa voltada para o enfrentamento do modelo de educação disciplinar dominante. Primeiramente, são apresentados os conceitos de território e rizoma, segundo Deleuze e Guttari, para dar fundamento à noção de território-currículo no contexto de ciência da Educação. Em seguida, discute-se o currículo como a possibilidade de uma integração de saberes, conhecimentos, práticas educativas a serem desenvolvidas na escola formal e direcionadas à cidadania, à consciência política e à transformação social. Enfim, a análise feita entende o currículo num contexto holístico, crítico, flexível, rizomático, interdisciplinar e aberto a possibilidades de um novo fazer educacional. Palavras-chave: Território. Rizoma. Currículo.
O ecoturismo é parte integrante da reprodução capitalista global centrada na hierarquização entre os lugares, no aprofundamento das disparidades socioespaciais e busca desenfreada por lucros. Diante deste contexto, problematizamos a necessidade de desenvolvimento de atividades ecoturísticas nas comunidades de Mosqueiro-Pa a partir de dinâmicas socioespaciais endógenas. Assim, por considerar as tensões emanadas de práticas ecoturísticas globais e locais desenvolvidas nas comunidades pesquisadas, utilizamos como método guia da pesquisa o Materialismo Histórico e Dialético. O trabalho tem um caráter qualitativo e participante por considerar a significância das falas e ações dos sujeitos envolvidos. A técnica de análise de dados baseou-se na análise de discurso e os resultados demonstraram que a reprodução do modelo ecoturístico reproduzido globalmente nas comunidades de Mosqueiro não gerou o desenvolvimento esperado por considerar os comunitários como personagens protagonistas do modelo ecoturístico implementado e por não gerar a expectativa de renda local.Palavras-chave: Ecoturismo. Turistificação global. Espaço turístico. Desenvolvimento local.
Trata-se de uma reflexão sobre a necessidade de relativização dos parâmetros impostos pela Unesco para reconhecimento do patrimônio natural. De acordo com a instituição a excepcionalidade, estética e monumentalidade emanadas de paisagens naturais referenciariam a escolha do patrimônio. O artigo objetiva demonstrar que em contextos de populações locais extrativistas ou denominadas de tradicionais amazônicas, os patrimônios naturais não devem ser validados em referenciais abstratos e distantes da realidades de sujeitos locais. A pesquisa tem um caráter dialético, qualitativo, bibliográfico e empírico decorrente da realização de trabalho de campo e os resultados demonstraram que no contexto amazônico, as paisagens naturais não expressam, tão pouco espelham imagens de patrimônios naturais "congelados", enrijecidos e distantes da ação humana, estando sua construção vinculada a totalidade socioespacial histórica, subversiva, memorial, evanescente e subalterna.
Utilizamos o sistema conceitual espaço, paisagem e lugar definido nas diversas obras do geógrafo Milton Santos para analisarmos, traduzirmos e interpretarmos as relações socioespaciais que ocorrem nas ilhas de Ananindeua-Pará. O sistema conceitual selecionado permite-nos traduzir processos que ocorrem no interior da Amazônia, em comunidades extrativistas, ribeirinhas e próximas a Região metropolitana de Belém que sofrem pressões da ordem globalizada, mas resistem pelo lugar e paisagem, ratificando o cotidiano e tradições. Temos o entendimento de que nenhuma teoria dá conta de explicar totalmente a realidade, mas o sistema conceitual adotado permite-nos entender, a partir dos fundamentos do Materialismo Dialético, tais como, as relações que envolvem as partes e o todo, o visível e o invisível e os processos de afirmação e negação, como a dinâmica socioespacial em espaços singulares da Amazônia, estão intimamente relacionadas não podendo ser compreendidas sem a associação das variáveis locais e globais.Palavras-Chave: Espaço; paisagem; lugar; produção local, dialética.
Trata-se de uma análise critica acerca da construção histórica do processo de definição da noção de patrimônio natural no cenário do mundo ocidental, especialmente, nos contextos da Unesco e do Iphan e a necessidade de relativização dos princípios de monumentalidade, excepcionalidade e de estética que fundamentam tal conceito, principalmente por não enfatizar a existência de outros patrimônios como os amazônicos que têm sido menosprezados pelas lógicas oficiais. A pesquisa tem um caráter qualitativo, bibliográfico e documental e os resultados demonstraram que a ideia dominante de patrimônio natural deve ser reconsiderada na ativação patrimonial amazônica, pela ênfase a metáfora patrimônios subalternos, por evidenciar práticas socioespaciais de populações locais empobrecidas em contextos extrativistas, rurais e urbanos que produzem patrimônios dissociados da ideia e metodologia dominantes.
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