IntRodUção: notas sobRE o capItalImpERIalIsmo E o dEsEnvolvImEnto dEsIgUal E combInado na atUalIdadE bRasIlEIRa A título introdutório, apresentamos um conjunto de reflexões sobre facetas da totalidade da qual faz parte o Brasil atual, ainda guardião de valores históricos da nossa forma particular de dominação burguesa e da mentalidade de longa duração herdada do período colonial e escravista, que, em simultâneo, busca firmar sua integração subalterna no atual cenário internacional.
Resumo:A educação dos trabalhadores jovens e adultos, no Brasil atual, vem recebendo especial destaque no âmbito das políticas do governo federal. Para além da aparente "democratização" das oportunidades de elevação de escolaridade e, sobretudo, de acesso às bases do conhecimento científico e tecnológico, tal processo é dotado de funcionalidades que requerem ser desveladas. Com esse objetivo, serão apresentados alguns dos principais condicionantes socioeconômicos das atuais ações governamentais voltadas para a elevação de escolaridade da classe trabalhadora, tomando como referência a atual divisão social do trabalho na sociedade brasileira. Serão abordadas, ainda, as relações que os movimentos sociais estabelecem com essas políticas, que tanto podem se voltar para a busca da emancipação, que se constrói explorando o caráter contraditório do real, quanto estar marcadas pela adesão mítica e conformadora. Compreender tais processos, em sua complexidade, exige que sejam estabelecidas distinções entre os chamados movimentos sociais "tradicionais" e os "novos movimentos sociais", o que constitui, também, objetivo deste trabalho. Palavras-chave: Educação de adultos. Educação para o trabalho. Movimentos sociais.
O conhecimento não só amplia como multiplica os nossos desejos (...). Portanto, o bem-estar e a felicidade de todo Estado ou Reino requerem que o conhecimento dos trabalhadores fique confinado dentro dos limites de suas ocupações e jamais se estenda (...) além daquilo que se relaciona com sua missão.
(Bernard Mandeville)RESUMO: Este artigo, derivado de nossas atividades de pesquisa, visa a apresentar elementos de reflexão que concorram para a construção de propostas curriculares voltadas, especificamente, para a educação de jovens e adultos (EJA) que rompam com os parâmetros hoje hegemônicos. Para tanto, inicialmente, abordaremos a EJA como expressão das assimetrias de poder existentes entre as classes e grupos sociais. A seguir, serão abordadas especificidades desta modalidade de ensino, com destaque para as experiências de classe que esses alunos trazem como marca e como potencialidade para o espaço educativo. Finalmente, será referida a questão do trabalho, em sua perspectiva ontológica, como eixo articulador das propostas pedagó-gicas voltadas para os interesses da classe trabalhadora que acorre à escola para complementar sua escolaridade básica.
A problemática relativa à Educação de Jovens e Adultos (EJA), no âmbito do Estado brasileiro, tem se tornado significativamente mais complexa na última década. Tal complexidade deriva dos processos de correlação de forças emergentes na atual fase de expansão e consolidação do capital, entre os quais se destaca a implantação de políticas neoliberais que deu origem, por exemplo, à reforma do Estado e às estratégias de reestruturação produtiva. No presente artigo, pretendemos evidenciar que os atuais programas para a Educação de Jovens e Adultos trabalhadores desenvolvidos pelo Ministério da Educação (MEC) representam rearranjos da mesma lógica que sempre presidiu as políticas para a Educação de Jovens e Adultos no Brasil, a qual consiste em atender às necessidades de sociabilidade do próprio capital. Desta forma, as políticas educativas com caráter compensatório e aligeirado reiteram, a partir de reordenamentos econômicas dos quais derivam o desemprego estrutural e novas formulações ideológicas centradas no empreendedorismo e na empregabilidade, a subalternidade das propostas de educação para a classe trabalhadora. Neste texto serão abordados os programas Brasil Alfabetizado e Fazendo Escola no conjunto das políticas de governo para a educação, procurando-se evidenciar o quanto esse tipo de política reafirma o caráter seletivo e excludente do sistema público educacional no Brasil.
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