Este artigo apresenta um estudo realizado no contexto do ensino médio na modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA) vinculada à formação profissional do Instituto Federal de Goiás, câmpus Goiânia. A pesquisa qualitativa de natureza aplicada possui 55 participantes, alunos do primeiro período, sendo 26 alunos do curso Técnico Integrado em Cozinha, 14 do curso Técnico Integrado em Informática e 15 do curso Técnico Integrado em Transporte. O objetivo do estudo foi compreender os porquês de esses alunos não terem frequentado a escola na idade esperada pelas Leis brasileiras que amparam o direito à escolaridade e de terem retomado a vida escolar. Para tanto, são considerados como princípios norteadores a Constituição Federal do Brasil/1988, que incorporou como um de seus fundamentos a proposição de que toda educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96, que estabelece ser a EJA destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade dos estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Os resultados mostram que a vida pessoal, principalmente questões financeiras e familiares, lidera as justificativas dos participantes de abandono da escola. Por outro lado, a esperança de que a educação lhes propicie oportunidades para um melhor emprego é a razão principal de retorno à escola. Alguns deles são conscientes de que estão revestidos constitucionalmente de direitos à escolaridade e ao trabalho digno, outros definem o acesso à educação como a realização de um sonho, demostrando desconhecimento de que ela se constitui como um dever do estado e um direito do cidadão.