O sentido da vida tem sido considerado um tópico de capital importância por parte da Literatura, da Filosofia e, ultimamente, também da ciência. Depois de descrever o contexto ideológico, em que surgiu a investigação sobre este tema, o presente artigo dá conta das principais tendências da pesquisa empírica neste domínio, em particular, as que dizem respeito aos modelos de envelhecimento bem sucedido, à gerotranscendência, à espiritualidade e ao bem-estar.
“Vã consolação para ele [Raskolnikov] dizer que, daí a oito anos, ainda só teria trinta e dois e que poderia, então, recomeçar a sua vida. Mas porquê viver? Tendo em vista que projectos? Fazer esforços para quê?” (Dostoievski, 1972, Tomo II, p. 393).
“– Aqui é quase como na terra para onde vamos – disse ela.
– É – respondeu o homem –, mas aqui é um lugar de passagem.
E ambos se levantaram e se vestiram” (Andresen, 1970, p. 103).
“Não posso viver sem saber quem sou e com que fim fui lançado a este mundo – dizia ele [Levine] para consigo. E visto que não poderei chegar a sabê-lo, torna-se-me impossível viver. No tempo infinito, na infinitude da matéria, no espaço infinito forma-se um organismo como uma borbulha, mantém-se por algum tempo, rebenta.
Essa borbulha sou eu” (Tolstoi, 1970, p. 857).
Julgo pois que o sentido da vida é o mais premente dos assuntos – das interrogações”
(Camus, s. d., p. 14).