IntroduçãoAs doenças cardiovasculares têm a obesidade e dislipidemias como principais fatores de risco, que, embora possam se iniciar precocemente 1 são então pouco valorizados clinicamente. A obesidade na infância, o mais importante fator de risco conhecido para as doenças cardiovasculares na vida adulta, apresenta crescente prevalência, associada às mudanças no modo de viver, particularmente o sedentarismo e maior consumo de gorduras e açúcares 1,2 . As alterações do perfil lipídico, com início na mesma faixa etária, ocorrem silenciosamente, sendo a lesão aterosclerótica somente diagnosticada na idade adulta 3 . Pouco se conhece em relação à prevalência de dislipidemias em crianças em idade escolar.Neste estudo estimamos indicadores do perfil lipídico, estado nutricional, pressão arterial e atividade física em escolares atendidos em unidade básica de saúde localizada em área de baixa renda da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil. Além disso, analisamos os padrões de consumo alimentar, para melhor compreender hábitos alimentares da população de crianças de regiões empobrecidas. MétodosForam avaliadas 356 crianças (amostra aleatória sistemática), com base nas fichas das crianças NOTA RESEARCH NOTE
An awareness of the presence of cardiovascular disease risk factors since childhood is essential to guide health promotion policies. The aim of this paper is to present, together with the main results, a methodological proposal to estimate both incidence and prevalence of these factors over time and their associated socio-demographic aspects in a population attending a primary health care unit, within Brazilian Unified National Health System. An open cohort design was adopted, starting in 2004 with a sample of 356 children aged between 5 and 9. In the second wave, in 2008, 126 children were enrolled and 205 were reevaluated. Socioeconomic variables, food intake, physical activity, anthropometric measures (weight, height and waist size), lipidogram and glycemia were collected. Results indicate a high prevalence of dyslipidemia, and an increase of excess weight and sedentary activity between both surveys. Some 55% of children were found to have lower values of HDL-cholesterol. The methodological proposal was considered adequate for the monitoring of cardiovascular disease predictors in poor urban populations.
Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 15 (4): 425-434 out. / dez., 2015 425 ARTIGOS ORIGINAIS / ORIGINAL ARTICLES Feeding children in a favela in Rio de Janeiro, Brazil: how much is spent and what would be the cost of a healthy diet? Alimentação de crianças em uma favela no Rio de Janeiro, Brasil: quanto se gasta e qual seria o custo de uma dieta saudável AbstractObjectives: to measure food expenditure for children living in a favela in Rio de Janeiro, and compare this expenditure to the cost of a healthy diet, based on local prices.Method: panel study, with three collection dates -2004, 2008 and 2012 -conducted in children (5 to 9 years old) in Manguinhos. Food prices were collected by way of a sample of local food stores in 2013 and deflated using indicators specific to food prices. Twenty-four hour diet recall, qualitative food frequency and the Brazilian food pyramid adequate for the age group were used to estimate the observed expenditure and the cost of a healthy diet. ResumoObjetivos: mensurar os gastos com a alimentação de crianças moradoras de uma favela no Rio de Janeiro e comparar com os custos de uma dieta saudável, com base em preços praticados localmente.Métodos: estudo de painel, realizado em crianças, (5-9 anos), residentes em Manguinhos, com coletas em 2004, 2008, 2012. Os preços foram coletados em amostra de mercados locais em 2013, e deflacionados usando indicadores específicos de alimentos. Recordatório de 24 horas, frequência alimentar e pirâmide alimentar foram utilizadas na estimativa do gasto observado e custo da dieta saudável.Resultados: em 2004, 49,2% das famílias entrevistadas vivia com menos de um US$1 por pessoa/dia, 9,7% em 2012. A merenda escolar era consumida por 73% e passou a 49%. O gasto com alimentos concentrou-se em produtos açucarados (32,4%) e lanches (12,5%). O custo mensal estimado da dieta saudável (US$142) foi menor do que a despesa efetivamente observada (US$176).Conclusões: o aumento do poder de compra não levou a escolhas alimentares mais saudáveis. A crença comum de que as pessoas pobres escolhem alimentos com base nos preços foi rejeitada nesse estudo. Certamente outros fatores desempenham um papel importante nas decisões de compra de alimentos. Palavras-chave Economia dos alimentos, Consumo de alimentos, Nutrição da criança
Resumo Objetivo Analisar a concordância/discrepância entre autoimagem corporal e classificação do índice de massa corporal (IMC), segundo tipo de alimentação e influências do ambiente. Métodos Análise transversal de 195 crianças pré-púberes (≥5 anos), atendidas na Atenção Primária à Saúde (APS), Manguinhos, Rio de Janeiro, Brasil. O IMC foi classificado conforme escore-z. Avaliou-se a autoimagem pela escala de silhuetas para crianças. Estimou-se a associação entre as covariáveis e subestimação/superestimação do IMC em relação à autoimagem, em modelo multinomial. Resultados Crianças com sobrepeso subestimaram seu IMC, em comparação com a autoimagem, em maior proporção (58,6%) que aquelas com obesidade (22,0%) ou com eutrofia (49,0%). Essa dissociação correlacionou-se com a participação no programa de transferência de renda (RC=2,01 - IC95% 1,04;3,90) e com o consumo diário de alimentos açucarados (RC=3,88 - IC95% 1,05;14,39). Conclusão A subestimação do IMC entre as crianças com excesso de peso deve ser considerada pela APS, visando aperfeiçoar as práticas de intervenção.
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