Este artigo visibiliza a temática currículo nas creches e pré-escolas brasileiras, tendo como referência as proposições da Resolução CNE/CEB n. 5, de 17 de dezembro de 2009, e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEIs). Metodologicamente, exploramos ideias e conteúdos advindos de levantamento realizado via questionário a respeito do brincar antes e no período que as escolas estiveram fechadas devido a pandemia da COVID-19, respondido por docentes participantes de cursos de formação continuada e atualização oferecidos por duas universidades federais, buscando tanto conhecer quanto comunicar repertórios e criações em torno do brincar e da docência, como também identificar e problematizar desafios e contribuições que circunscrevem as práticas atuais, atentando aos marcadores da diferença.
Resumo: O objetivo do artigo é discutir os temas da brincadeira de papéis sociais na Educação Infantil, revelados por meio de análise conduzida com base nos estudos da Psicologia Histórico-Cultural. Para Elkonin, na idade pré-escolar a brincadeira atinge o auge de seu desenvolvimento, e se caracteriza pela criação de uma situação imaginária, pela presença de regras e de papéis sociais. Foram observadas situações de brincadeira de crianças de quatro anos e meio a cinco anos e meio em 11 escolas da rede municipal de uma cidade de médio porte do interior paulista. A partir do registro das observações, foram identificadas 27 cenas de brincadeira de papéis. A análise dos dados colhidos confirma a tese de Elkonin de que o desenvolvimento da brincadeira de papéis relaciona-se com o que a criança conhece de sua realidade, e indica a necessidade do estabelecimento de certas condições para que esse desenvolvimento ocorra na Educação Infantil. Nesse sentido, discute-se a necessidade de uma mediação do professor calcada na compreensão da riqueza de implicações que a brincadeira de papéis tem para a formação da pessoa. Palavras-chave: Educação Infantil. Brincadeira de Papéis. Psicologia Histórico-Cultural. Desenvolvimento infantil. Abstract:The goal of this paper is to identify themes of role play in Early Childhood Education. The analysis was based on studies of historical-cultural psychology. For Elkonin roleplay in preschool reaches its maximum development when children create an imaginary situation to interpret social roles oriented by rules. We observed role play situations with children from 4 ½ to 5 ½ years old in 11 municipal schools in a medium size city in the state of São Paulo. From the observations, we constructed 27 episodes of role play. The collected data analyses confirm Elkonin's thesis that role play development is related to the child social reality and indicate the necessity to establish certain conditions for this development in early childhood education. To overwhelm this condition, we argue that the teacher's mediation must be grounded on the understanding of the implications that role play has in the formation of children's personality.
Entrevista com a professora doutora Suelly Amaral Mello sobre as linguagens expressivas das crianças pequenas.
O objetivo do artigo é verificar como um tipo de arranjo espacial na Educação Infantil, os cenários para brincar, impacta a brincadeira. A análise foi conduzida com base nos estudos da Psicologia Histórico-Cultural sobre a brincadeira. Para essa teoria a brincadeira é atividade guia do desenvolvimento da criança pré-escolar e, quanto mais a criança conhece sobre o mundo e as relações entre as pessoas, mais rica será a situação imaginária criada na brincadeira. Foram realizadas 12 sessões de brincadeira com crianças de cinco anos de uma escola pública de Educação Infantil, nas quais construímos, junto com elas, variados cenários para brincar. Os resultados indicam que os cenários se constituíram como apoio para a situação imaginária, permitindo o desenvolvimento de argumento, ampliando as ações e relações dos papéis interpretados na brincadeira.http://dx.doi.org/10.14572/nuances.v26i2.3349
O artigo é um estudo bibliográfico que analisa as teses centrais da Teoria Histórico-Cultural do Jogo desenvolvida por D.B. Elkonin e colaboradores. O objetivo é identificar elementos que possam subsidiar a organização da educação na infância tendo o jogo como atividade-guia. As teses configuram uma sólida teoria sobre o jogo infantil, apresentando como elementos originais a concepção histórica do surgimento do jogo e seu caráter social na ontogenia. Conclui-se que, para a Teoria Histórico-Cultural do Jogo, o eixo de uma educação na infância que leve em conta o jogo como atividade-guia deve incidir sobre a apresentação das várias esferas da vida social e do conteúdo das atividades humanas. Entende-se que o objetivo da intervenção pedagógica no jogo protagonizado é o desenvolvimento do papel social representado. Discute-se que o jogo protagonizado não deve se opor a outras atividades, tampouco deve ser considerado como atividade a preponderar sobre as demais.
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