A Segunda Guerra Mundial foi sentida no Brasil em vários aspectos. Provocou carestia do custo de vida, escassez de matéria-prima, combustível e outros e, também, foi motivo para criação da chamada “legislação de emergência”. Durante nossa caminhada de pesquisa notamos um grande aumento de casos de dissídios trabalhistas que utilizaram o argumento de força maior para justificar redução da jornada de trabalho, paralisação das atividades laborais, diminuição de comissões ou demissões de empregados durante o período em que perdurou a guerra. Em vista disso, o artigo pretende, com base em amostragem, analisar tais casos e compreender qual o motivo para essa recorrência, como os trabalhadores (re)agiram e qual foi o entendimento da Justiça do Trabalho sobre a questão.
A Era Vargas, ao longo dos anos, tem se mostrado um período bastante importante para se pesquisar a história do movimento operário e a legislação trabalhista brasileira, porém, não se pode olhar para esse período sem considerar a conjuntura externa. No período de 1939 a 1945, eclodiu a Segunda Guerra Mundial. O Brasil se manteve neutro até 1942, contudo, os reflexos desse conflito foram sentidos pelos brasileiros desde os primeiros momentos. A escassez de gêneros de primeira necessidade passou a fazer parte do cotidiano da população. A carne verde, base da alimentação da classe trabalhadora, sofreu majoração de preços; por outro lado, essa foi uma oportunidade para os criadores de gado e para os donos de frigoríficos. Desse modo, o objetivo, neste artigo, é analisar de que forma esse novo contexto foi administrado pelo governo e pelos trabalhadores. Para isso, serão utilizados um processo da Justiça do Trabalho de Porto Alegre e notícias do jornal Correio do Povo.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.