A Política de Saúde Integral da População Negra reiterou a urgência de qualificação dos processos educativos no Sistema Único de Saúde (SUS) em prol da superação do racismo institucional. A revisão integrativa, apresentada neste artigo, analisou as concepções teóricas e as práticas educativas em estudos dirigidos à saúde da população negra. Foram utilizadas as bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); a Scientific Eletronic Library Online (SciELO); a ferramenta de pesquisa na web Google Scholar e o acervo da revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as, a Revista da ABPN. A produção na temática é heterogênea, dispersa entre periódicos das áreas da educação, educação em saúde e interdisciplinar. Há vanguardismo da enfermagem e forte presença de estudos com povos e comunidades tradicionais. Nota-se dificuldade de interpenetração de referenciais teóricos e pedagógicos do campo da educação na sustentação das práticas educativas de saúde. Sugerem-se a cooperação e a integração científica entre esses campos visando ao protagonismo do sujeito negro nos processos de cuidado.
A partir da intervenção de coletivos negros, analisa-se, neste artigo, a dinâmica de constituição de lugares da negritude e da conformação de uma territorialidade negra como matriz formadora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Por meio desses lugares da negritude, três movimentos que fazem os sujeitos negros são contemplados: partem de um estar à deriva, aterram-se junto ao quilombo e, por fim, acomodam as existências e produzem saberes. Essa matriz dá fundamento e confere especificidade aos saberes identitários, políticos e estéticos corpóreos que subsidiam novos conhecimentos, práticas educativas e estratégias político-pedagógicas de discentes negras/os em graduações da área da Saúde. Investigar a conformação de territorialidades negras pode favorecer o exame das singularidades político-pedagógicas, das práticas educativas e dos tipos e alcances dos conhecimentos produzidos pelo movimento negro nas universidades
Re su mo O estudo objetivou avaliar o papel do plano de cargos, carreiras e salários do Sistema Único de Saúde de Guarulhos, no estado de São Paulo, como possí-vel instrumento de desprecarização das relações de trabalho, segundo preconiza o Ministério da Saúde. A investigação, realizada entre 2013 e 2014, baseou-se na coleta e análise de conteúdo de entrevistas realizadas com gestores e grupo focal de trabalhadores da saúde. Observou-se que o plano de cargos, carreiras e salários possui forte viés técnico-administrativo, compreendido como instrumento para organização do quadro de trabalhadores em cargos/funções nos equipamentos de saúde. Ressalta-se que iniciativas que poderiam promover fixação e valorização profissional no intuito de uma carreira sofreram restrições orça-mentárias que comprometeram sua aplicação nos termos da lei. A contratação nele prevista por meio de concurso público incluiu apenas os trabalhadores da administração direta, tendo sido concomitante à sua implantação a contratação de recursos humanos por meio de parcerias públicas não estatais. Concluiu-se que o plano de cargos, carreiras e salários é uma ferramenta importante, porém limitada, para a desprecarização do trabalho no Sistema Único de Saúde, havendo a necessidade de ampliação de discussões sobre os efeitos da Reforma Administrativa de Estado na saúde e seus impactos na organização da força de trabalho e do próprio conceito de trabalho precário, vinculado apenas à observância de direitos trabalhistas e sociais. Pa la vras-cha ve trabalho precário; plano de cargos, carreiras e salários; gestão do trabalho em saúde; Sistema Único de Saúde.
A comida guarda uma riqueza de símbolos e significados que não conseguem ser transcritos apenas em composição de nutrientes. Este artigo delineia a história da comida no município de Macaé-RJ a partir da narrativa de vida de mulheres negras, que aqui são referenciadas como tradicionalistas. A imersão junto a esse grupo de entrevistadas foi construída e viabilizada a partir dos referenciais teórico-metodológicos da educação popular. O prestígio à oralidade se dá em virtude da importância que a linguagem oral possui na África e na diáspora do povo africano. A valorização das vozes negras se deve por essa população não possuir prestígio na história, sendo sempre retratada de forma estigmatizada. Ao falar de comida e cozinha, a mulher é focalizada em decorrência de sempre estar reduzida ao local de produção e reprodução. Nas religiosidades africanas, essas mesmas mulheres possuem locais de privilégio e atribuições específicas. Valorizando a comida afro-brasileira e realçando sua importância para a cidade, essas narrativas são dispositivos que expressam a memória coletiva e podem funcionar como um inventário capaz de retroalimentar as ações de educação popular no campo do ensino, pesquisa e extensão universitários.
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