resumo: O presente artigo aborda alguns dos principais temas da fenomenologia existencial de Martin Heidegger, tendo como fio condutor o conceito de existência. A partir de sua discussão e da explicitação de alguns existenciais da ontologia fundamental heideggeriana, compreende-se o Dasein enquanto marcado pela indeterminação ontológica, que o situa em uma condição de cuidar de ser si mesmo a cada momento em que é. É nessa perspectiva que o cuidado figura como existencial, referindo-se tanto ao sercom-outros e à ocupação com o mundo quanto às próprias possibilidades de ser. Aponta-se para a importância da dimensão do cuidado enquanto essência mesma do exercício clínico no aí compartilhado entre terapeuta e cliente, já que consiste na interrogação pelo sentido de ser frente à trajetória existencial como via promotora de abertura para novas possibilidades de ser.
ResumoO texto apresenta pesquisa interventiva que investiga, sob perspectiva fenomenológica existencial, a trajetória da retomada de um projeto de atenção psicológica num distrito policial utilizando-se de diários de bordo. O atendimento psicológico já realizado na instituição envolvia representações construídas pelos policiais frente ao psicólogo, porém novas configurações do trabalho denotavam novas possibilidades de ação clínica no projeto de atenção psicológica realizado em resposta a pedido do Conselho de Segurança da zona oeste da cidade de São Paulo. Nesta interface, a atitude cartográfica implicada no plantão psicológico, pela perspectiva fenomenológica existencial de Martin Heidegger, emergiu como metodologia para conhecer o contexto e, simultaneamente, constituir o campo interventivo. Partindo de discursos dos atores sociais, os plantonistas questionavam falas e modos de atuação instituídos, entrelaçando intervenção e pesquisa: investigavam experiências que se configuravam na instituição e abriam espaço para uma escuta clínica do vivido pelos policiais e comunidade atendida. Outras aproximações ocorriam pela intervenção direta em situações que emergiam no cotidiano. Esta cartografia clínica desvelou temas como relações institucionais, dificuldades de trabalho, lugares do psicólogo, atendimento à comunidade. A atenção e afetabilidade aos sentimentos, percepções e atitudes frente ao plantão psicológico permitiram clarear cada situação, circunscrevendo e criando condições para a ação psicológica. Palavras-chave: Clinical cartography at psychological attendance: interventional investigation in a psychological attention project in a police district AbstractThis interventional research, employing an existential phenomenology perspective and using a logbook, investigates the path developed from a primary psychological attention project at a police district in response to the São Paulo West Region Security Council demand. On one hand, the first attempt to comprehend the psychological practice involved some representations of the psychologist's role, constructed by the policemen. On the other hand, new configurations of the practice implicated new possibilities for the clinical action. In the midst of such interface, the cartographic attitude emerged as an appropriate methodology, by Martin Heidegger´s existential phenomenology perspective, to get acquainted to the context as well as to constitute the interventional field. Departing from the social actors' discourse, psychologists have questioned instituted modes of acting, trying to blend, at the same time, intervention and research: they investigated experiences that were conveyed
Resumo: Este artigo apresenta as transformações no processo de constituição da saúde mental e suas aproximações e distanciamentos com a Saúde Coletiva no Brasil, em especial entre os movimentos das reformas psiquiátrica e sanitária. Analisando os paradoxos, lacunas, impasses, desafios e perspectivas da construção da autonomia do sujeito em situação de sofrimento grave, discute como as dificuldades encontradas na desinstitucionalização psiquiátrica entrelaçamse em campos de consonância e conflito. Nesse contexto, torna-se fundamental a desconstrução e desnaturalização das perspectivas epistemológicas dificultadoras da autonomia do sujeito, cabendo resgatar importantes influências do pensamento fenomenológico que percorreram o processo de reforma psiquiátrica e continuam a se fazer ouvir na consideração da totalidade da existência dos sujeitos e no questionamento do determinismo sobre a subjetividade. A articulação de propostas de problematização e reinvenção das relações humanas nos dispositivos substitutivos permitem a crítica a uma miscigenação das concepções manicomiais nos próprios serviços de saúde mental.
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