ResumoO texto apresenta pesquisa interventiva que investiga, sob perspectiva fenomenológica existencial, a trajetória da retomada de um projeto de atenção psicológica num distrito policial utilizando-se de diários de bordo. O atendimento psicológico já realizado na instituição envolvia representações construídas pelos policiais frente ao psicólogo, porém novas configurações do trabalho denotavam novas possibilidades de ação clínica no projeto de atenção psicológica realizado em resposta a pedido do Conselho de Segurança da zona oeste da cidade de São Paulo. Nesta interface, a atitude cartográfica implicada no plantão psicológico, pela perspectiva fenomenológica existencial de Martin Heidegger, emergiu como metodologia para conhecer o contexto e, simultaneamente, constituir o campo interventivo. Partindo de discursos dos atores sociais, os plantonistas questionavam falas e modos de atuação instituídos, entrelaçando intervenção e pesquisa: investigavam experiências que se configuravam na instituição e abriam espaço para uma escuta clínica do vivido pelos policiais e comunidade atendida. Outras aproximações ocorriam pela intervenção direta em situações que emergiam no cotidiano. Esta cartografia clínica desvelou temas como relações institucionais, dificuldades de trabalho, lugares do psicólogo, atendimento à comunidade. A atenção e afetabilidade aos sentimentos, percepções e atitudes frente ao plantão psicológico permitiram clarear cada situação, circunscrevendo e criando condições para a ação psicológica. Palavras-chave: Clinical cartography at psychological attendance: interventional investigation in a psychological attention project in a police district AbstractThis interventional research, employing an existential phenomenology perspective and using a logbook, investigates the path developed from a primary psychological attention project at a police district in response to the São Paulo West Region Security Council demand. On one hand, the first attempt to comprehend the psychological practice involved some representations of the psychologist's role, constructed by the policemen. On the other hand, new configurations of the practice implicated new possibilities for the clinical action. In the midst of such interface, the cartographic attitude emerged as an appropriate methodology, by Martin Heidegger´s existential phenomenology perspective, to get acquainted to the context as well as to constitute the interventional field. Departing from the social actors' discourse, psychologists have questioned instituted modes of acting, trying to blend, at the same time, intervention and research: they investigated experiences that were conveyed
Seu primeiro contato com Aconselhamento Psicológico foi durante a graduação, com o Prof. oswaldo de Barros Santos. Provocada, desde então, pela visão de ser humano no atendimento psicológico-por meio da Psicologia Humanista e da Abordagem Centrada na Pessoa, recém introduzida no Brasil-, criou com o Prof. Barros Santos, em 1969, o Serviço de Aconselhamento Psicológico (SAP), que coincide com o período inicial do reconhecimento da profissão de psicólogo no Brasil, no delicado momento político em que o país atravessava, em função do regime militar. Assim, o SAP do iPuSP foi uma das primeiras instituições a integrar, oficialmente, a Abordagem Centrada na Pessoa como opção de prática na formação de psicólogos e a oferecer aconselhamento psicológico no atendimento à população. A história do Serviço de Aconselhamento Psicológico confunde-se com o período histórico da Abordagem Centrada na Pessoa no cenário mundial, pois ambas buscavam alternativas às práticas psicoterápicas correntes e se voltavam a uma concepção de atendimento cujo comprometido ético-político era evidente. Contratada como docente do departamento de Psicologia Educacional da FFCL da uSP em 1968, passou a integrar o departamento de
Este trabalho teve como objetivo ampliar o estudo existente até o momento a respeito de uma prática psicológica denominada encontro reflexivo perspectivado, enquanto uma proposta voltada à atenção psicoeducativa. Nesta pesquisa, fundamentamos e caracterizamos o encontro reflexivo também como uma ação clínica em grupo direcionada a instituições educacionais e grupos comunitários, os quais ainda são muito pouco explorados nessa perspectiva. A ação clínica se apresentou pela disponibilidade e prontidão do psicólogo no seu agir com o grupo, reconhecendo o lugar para alteridade do outro e de si próprio. Esse modo de agir do psicólogo se orientou pela atenção, escuta e cuidado, possibilitando um espaço de abertura e acolhimento aos sentidos da própria história de cada participante na relação grupal. Esta disponibilidade foi compreendida como uma ação interventiva participante voltada para a promoção da configuração de um espaço do agir em coexistência, da construção de conhecimento e de narrativas a partir da ação de seus componentes. Neste trabalho, a fenomenologia heideggeriana embasou a formulação de uma analítica existencial que nos orientou enquanto possibilidade metodológica para compreensões no campo da intervenção clínica psicológica. Concluiu-se que o encontro reflexivo surge como uma proposta inovadora, consolidando um espaço de encontro grupal de constituição de sentidos, possuindo grande relevância social e podendo abrir novos caminhos em relação ao exercício da atividade dos psicólogos que forem solicitados enquanto agentes de caráter interventivo clínico em instituição educacional e grupo comunitário. Palavras-chaveAlteridade -Encontro reflexivo -Homens pais -Hermenêutica.
ResumoEste artigo aborda uma modalidade de supervisão de estágio em Psicologia clínica como prática educacional numa perspectiva fenomenológica existencial. Recorre-se a estudiosos que permitem articulações possíveis entre a condição de "ser-no-mundo", proposta particularmente por Heidegger, e escritos da área da educação, em especial os explicitados por Paulo Freire. Entende-se que a pedagogia freiriana, consolidada numa concepção libertadora de homem, permite à condição humana apropriar-se de sua condição existencial no modo de construir uma vida envolta em esferas de sentido. As aproximações teóricas explicitadas permitem, dentre os diversos fenômenos que caracterizam a clínica psicológica, propor um diálogo entre o pensamento de Heidegger e de Freire, possibilitando uma prática psicológica que possa responder às demandas que lhe são endereçadas. Palavras-chave: supervisão; educação; fenomenologia existencial; Heidegger; Freire. AbstractThis article discusses a supervision modality in clinical psychology as educational practice in existential phenomenological perspective. Reference is made to scholars who allow links between the condition of "being in the world," as proposed by Heidegger and the writings in the field of education, in particular, as explained by Paulo Freire. It is understood that Freire's pedagogy, consolidated in a liberating conception of man, allows the human takes ownership of their existential condition in order to build a life shrouded in meaning's spheres, fact that illustrates the proposition of a clinical supervision linked to demands of who seeks psychotherapeutic help. The theoretical approaches explicited allow propose, among the various phenomena that characterize the psychological clinic in dialogue with the Heidegger's thought, a psychological practice that can respond to the demands addressed. ResumenEn este artículo es analizada una forma de supervisión en psicología clínica, como práctica educativa, en la perspectiva fenomenológica existencial. Se hace referencia a los académicos que permitan vínculos entre la condición de "estar en el mundo", según lo propuesto por Heidegger, y los escritos en el campo de la educación, en particular, según lo explicitado por Paulo Freire. Se entiende que la pedagogía de Freire, consolidada en una concepción liberadora del hombre, permite que a lo ser humano tomar posesión de su condición existencial con el fin de construir una vida envuelta en esferas de sentido, que ilustra una supervisión clínica vinculada a las demandas reales de ayuda psicoterapéutica. Los dos enfoques teóricos hacen posible proponer, entre los diversos fenómenos que caracterizan a la clínica psicológica en el diálogo con el pensamiento de Heidegger, una práctica psicológica que puede responder a las demandas que son solicitadas.
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