Zioni pelo tempo dedicado à leitura e sugestões para meu trabalho, obrigada por dividir comigo a bagagem valiosa que possuem. A todos que ajudaram na minha aproximação do muro físico e simbólico da prisão e dos sujeitos da pesquisa, profissionais guerreiros, que lutam cotidianamente por feixes de luz e humanidade nos pavilhões de concreto e estigma espalhados pelo país. Aos laços de amizade construídos durante o mestrado: Ana Paula Plantier, Renato Santos e Vicente Sarubbi pelas conversas de corredor e ajuda mútua. A todos os colegas de disciplina pelo compartilhar dos seus projetos, dos diversos sotaques e profissões que compõem a interdisciplinaridade da Faculdade de Saúde Pública. Aos colegas do Laboratório de Saúde Mental Coletiva pelas discussões e conhecimento adquirido que influenciaram minha escrita. Aos amigos Camila, Flávia, Isabella, Luciano e Patricia por me receberem prontamente no "grupo dos orientandos" e me mostrarem que uma dissertação se faz coletivamente. Obrigada pelas conversas, risadas, textos, bandejadas, estadias em São Paulo, viagens e infinitos cuidados que transbordam a relação acadêmica. Às amigas que caminham comigo desde a infância, Mariana Wey, Mariana Benitez e Carolina Pasquotto, pelo amizade eterna e apoio em todas as esferas da minha vida. Às amigas que fiz em São Paulo e que as levarei comigo onde eu estiver, Mariele Tomazella, Mariana Bonfim e Tatiana Mascarenhas. À Tati, minha admiração pela profissional que é e meu profundo agradecimento por ler várias vezes este trabalho. À amiga Renata Vecina, pela amizade iniciada na adolescência e feita de reencontros. A nossa reaproximação tem sido um presente para mim. Obrigada por 6 me inspirar com seu mestrado brilhante, pela leitura cuidadosa e crítica do meu trabalho e por garantir que tenho uma amiga sempre que eu precisar.
Resumo Introdução: a maternidade no contexto prisional assume especial complexidade devido aos efeitos psicossociais do aprisionamento, que repercutem nas mães prisioneiras e nos profissionais que atuam no meio. Objetivo: identificar formas de pensar, sentir e agir de profissionais que trabalham em contexto prisional com prisioneiras gestantes e com bebês. Métodos: pesquisa qualitativa, com uso de entrevistas com profissionais que atuavam em unidades prisionais materno-infantis do estado de São Paulo. A coleta dos dados ocorreu em 2015. Os discursos foram submetidos à análise de conteúdo com categorização temática. Utilizou-se Winnicott e Krech como referenciais teóricos. Resultados: a análise dos discursos revelou que os profissionais precisam lidar com as limitações institucionais e as vulnerabilidades sociais das presas. Nesse contexto, atuam com base em ideias fundamentadas nas áreas em que trabalham, como as esferas sociais, jurídicas e religiosas, e são movidos por ideais contraditórios, pautados pelos direitos humanos e pela rigidez prisional da segurança, próxima da lógica da punição. Reuniões multiprofissionais para reflexões críticas potencializam o enfrentamento das adversidades. Conclusão: o compartilhamento coletivo de impotências e de potencialidades parece possibilitar novas reconfigurações do trabalho e edificar uma atuação interdisciplinar para o enfrentamento dos efeitos institucionais e psicossociais do aprisionamento.
Resumo Trata-se de um estudo qualitativo que analisou as percepções dos profissionais do contexto prisional em relação aos bebês de mães presas. Foram entrevistados profissionais de São Paulo das áreas jurídica, políticas públicas, social, saúde, educação, segurança e voluntariado religioso. Os resultados evidenciaram que o olhar romântico da maternidade sobrevive atrás das grades. Assim, o bebê mobiliza sentimentos de amor, compaixão e alegria. No entanto, também emergem sentimentos de raiva, tristeza e dó por se depararem com bebês em local de segregação e punição. O bebê pode ficar preso ao estigma da criminalidade da mãe, representado com desesperança e preconceito por alguns profissionais com a expressão ‘sementinha do mal’. Os profissionais sentem-se sensibilizados com o cenário da maternidade na prisão, expressando sentimentos contraditórios de tristeza e alegria, esperança e desesperança, raiva e compaixão. As implicações subjetivas e representações acerca do bebê em contexto prisional, portanto, sustentam os cuidados oferecidos pelos profissionais, suas atitudes diante das presas, dos atores envolvidos e os futuros atores, os bebês.
PEREIRA, T.G. O cuidado de mães, pais e profissionais oferecidos aos bebês com síndrome congênita do Zika. [Tese de doutorado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP, 2019. RESUMO Introdução: O vírus Zika surgiu de forma explosiva e pandêmica na Oceania e nas Américas. Seus efeitos acometeram, em especial, bebês com variados sinais e sintomas que culminaram no nascimento de uma nova síndrome nunca antes registrada. Dessa forma, nasce, ao mesmo tempo, os bebês acometidos e os modos de cuidado voltados a essa população. Nesse sentido, é fundamental entender as relações de cuidados implicados nesse processo respaldados pela noção de cuidado preconizada em Saúde Pública composta por vários elementos como aspectos sociais, ocupacionais, econômicos, culturais e subjetivos. O aspecto subjetivo se revela no cuidado que o sujeito oferece, além disso, possibilita ressignificar sua subjetividade, atribuindo sentidos às experiências vividas. Objetivo: Analisar a dimensão subjetiva implicada nos cuidados ofertados por pais e profissionais de saúde às crianças com síndrome congênita do Zika (SCZv). Método: Trata-se de pesquisa qualitativa com cuidadores que compõem o ambiente do bebê com SCZv: pais e profissionais de um serviço especializado no município de Campina Grande no estado da Paraíba, Brasil, cidade com alta prevalência da doença. Dois grupos de sujeitos, um com pais e mães, outro com profissionais, separadamente, participaram de entrevistas individuais e grupos focais. Realizamos também a observação participante desses sujeitos inseridos nas atividades do serviço. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo e de discurso articulados com a perspectiva winnicottiana. Resultados e discussão: A atenção foi caracterizada pelo esforço da atuação interdisciplinar, busca pela horizontalidade construída a partir da concepção de que 'o mosquito nos uniu', resultando em estreita proximidade entre os cuidadores. A mídia e a ciência registraram o cuidado nascente, ora cooperando com informações aos pais e profissionais, ora os expondo e reduzindoos a notificações epidemiológicas. O cuidado produziu e foi produzido pelos modos de subjetivar de cada cuidador envolvido, ao mesmo tempo assumiu similaridades entre mães, pais e profissionais. As mães-mulheres carregam o peso das representações sociais da maternidade percebidas como congênitas, expressas pela centralidade do cuidado. Em cenário de protagonismo materno, a presença paterna é quase ausente na maioria das famílias, mas quando há, os pais se mostram bastante atuantes no cuidado. Tais ações paternas são moldadas pela lógica masculina, como o apoio emocional dirigido à mulher, mas a não expressão das próprias emoções, além de atividades predominantes fora do lar. Outros cuidadores com posição destacada foram as profissionais. Sensibilizadas pela causa, ultrapassam a execução em si do trabalho e atuam em prol das famílias também na esfera pessoal. Diante das intensidades, sem recursos científicos, a principal intervenção da equipe foi o amor. Os cuidadores em geral m...
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