Pensar, sentir e agir de profissionais que atuam com gestantes e mães com bebês no sistema prisional

Abstract

Resumo Introdução: a maternidade no contexto prisional assume especial complexidade devido aos efeitos psicossociais do aprisionamento, que repercutem nas mães prisioneiras e nos profissionais que atuam no meio. Objetivo: identificar formas de pensar, sentir e agir de profissionais que trabalham em contexto prisional com prisioneiras gestantes e com bebês. Métodos: pesquisa qualitativa, com uso de entrevistas com profissionais que atuavam em unidades prisionais materno-infantis do estado de São Paulo. A coleta dos dados ocorreu em 2015. Os discursos foram submetidos à análise de conteúdo com categorização temática. Utilizou-se Winnicott e Krech como referenciais teóricos. Resultados: a análise dos discursos revelou que os profissionais precisam lidar com as limitações institucionais e as vulnerabilidades sociais das presas. Nesse contexto, atuam com base em ideias fundamentadas nas áreas em que trabalham, como as esferas sociais, jurídicas e religiosas, e são movidos por ideais contraditórios, pautados pelos direitos humanos e pela rigidez prisional da segurança, próxima da lógica da punição. Reuniões multiprofissionais para reflexões críticas potencializam o enfrentamento das adversidades. Conclusão: o compartilhamento coletivo de impotências e de potencialidades parece possibilitar novas reconfigurações do trabalho e edificar uma atuação interdisciplinar para o enfrentamento dos efeitos institucionais e psicossociais do aprisionamento.

Tracking of Health Problems in Women Deprived of Liberty in Northern Brazil

“…Cardiovascular, circulatory, endocrine and blood diseases significantly affect the prison population (SALES et al, 2020). These injuries are responsible for a considerable portion of mortality in the general population, and are even more worrying among prisoners, due to life and health conditions, which are often precarious (PEREIRA et al, 2021). In the study, it was possible to notice that 26.3%, 10.5%, 7.9% and 26.3% of the women portrayed angina pectoris, hypertension, diabetes, and anemia, respectively.…”

O impacto das doenças infectocontagiosas na saúde dos profissionais das penitenciárias: revisão integrativa

“…Esses trabalhadores Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-16, 2024 transitam pelos portões prisionais e pela estrutura precária das celas, com presença de umidade, sujidade, pouca ventilação e iluminação escassa, que geram consequências negativas, ocasionando e/ou potencializando agravos à saúde. Tais condições favorecem a transmissão de doenças infectocontagiosas, que são reflexo dos efeitos do encarceramento que estão inseridos nesse meio social (Heard, 2019;Pereira;Reis;Zioni, 2021).…”