O presente estudo tem como objetivo conhecer o estado da arte do Programa Reuni e, no interior do Programa, os resultados alcançados com a interiorização das universidades federais brasileiras. Trata-se estudo de natureza bibliográfica. Foram identificados 21 estudos na SciELO Brazil, 24 na DOAJ, 4 na Scopus e 15 na WoS. Conclui-se que, a interiorização das Universidades Federais, por meio do Programa Reuni, produziu impactos positivos. Apesar das inúmeras dificuldades encontradas nas instituições, a interiorização trouxe benefícios para os alunos e regiões onde foram inseridas.

A s universidades federais são verdadeiras fábricas do conhecimento. Das 50 instituições brasileiras com maior número de trabalhos científicos publicados na segunda metade da década de 2010, 36 são de universidades federais (ESCOBAR, 2019). Essas instituições, ao lado de outras instituições públicas estaduais e de pesquisa, formam um conjunto de 49 instituições responsáveis por mais de 90% da produção científica de todo o Brasil (BARBIERO et al., 2019; ESCOBAR, 2019). Patrimônio da sociedade brasileira, as universidades federais, com mais de 300 campi, estão presentes em todas as unidades de federação (BARBIERO et al., 2019) de um país em que quase 27 milhões de pessoas vivem em condições de pobreza (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, 2021). Muito além de simples produtora de conhecimento, as universidades federais fazem parte uma política social robusta que forma profissionais, docentes, pesquisadores e cidadãos, em alguns casos, há cerca de um século (BARBIERO et al., 2019). Com o Reuni, existia uma UTFPR antes do programa, uma instituição recém-transformada de um Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR), e outra depois, uma das dez maiores universidades federais do Brasil. O presente livro conta um pouco dessa história de sucesso da educação brasileira, dando voz para atores privilegiados na implantação do programa. Dar voz para esses atores significa clarificar um processo que quase sempre é invisível e se perde com o tempo.