O artigo busca explicitar aspectos da epistemologia que embasam uma ação investigativa coerente com a educação emancipadora na América Latina. O pano de fundo a partir do qual se desenham alternativas para o conhecimento e a transformação da realidade é constituído pelas discussões sobre a colonialidade. A história revela que, junto com a subserviência epistêmica, houve e continua havendo um movimento contra-hegemônico que valoriza não só os saberes autóctones, mas também as distintas formas de conhecer. Adota-se o conceito epistemologias do Sul, de Boaventura de Sousa Santos, para designar as expressões historicamente tornadas invisíveis e que encontram múltiplas maneiras de sobreviver, resistir e expressar-se. Após a retomada histórica de cunho filosófico-epistemológico com o intuito de contribuir para a reconstrução e a ampliação do quadro de referência teórico, discute-se o papel dos movimentos sociais na América Latina como espaço de gênese da educação popular e de formas de pesquisa participativa que podem continuar inspirando práticas investigativas transformadoras. Argumenta-se que os movimentos sociais, em que pese sua heterogeneidade política e ideológica, podem conter potencialidades teóricas capazes de constituir um lugar epistemológico de avaliação crítica das correntes ideológicas do Norte, oportunizar a disputa na interpretação das realidades e impulsionar metodologias de pesquisa participativas e promotoras de cidadania.
artigo é resultado parcial do projeto de pesquisa Processos sociais emancipatórios na América Latina como mediação pedagógica para a constituição do público, que conta com apoio do CNPq. Participam do projeto as bolsistas de iniciação científica: Vanice Wentz (CNPq), Mônica Kley (Fapergs), Jaqueline dos Santos (Probic/Fapergs) e Rita de Cássia Machado (Unisinos).
Resumo: O artigo tem como objetivo problematizar, no atual contexto de globalização, as relações entre três temas: educação, tecnologias digitais e desenvolvimento. Desde um horizonte histórico-crítico dialoga-se com autores das tecnologias de comunicação e informação em confronto com outros que trazem a tensão entre paradigma convencional e emergente e suas concepções de desenvolvimento. A metodologia consistiu na reflexão sobre o movimento sócio-histórico para identificar contradições e possíveis tendências no atual processo de globalização sob a influência decisiva das tecnologias digitais como componente potencializador de mediações educadoras e novos modos de cognição. Como resultados, o estudo aponta desafios e caminhos para uma educação crítica que passa pela desmistificação da pseudoneutralidade das tecnologias digitais. Indica-se a necessidade de uma educação que compreenda as tecnologias digitais como parte do espaço de disputa ideológica de visões de sociedade que se quer construir. Destacam-se as possibilidades de uma emancipação digital que implica trilhar o caminho de um paradigma emergente, colocando as tecnologias a serviço de um desenvolvimento solidário com sustentabilidade socioambiental.Palavras-chave: tecnologias digitais, educação, desenvolvimento, formação de professores, emancipação digital. Abstract:The article aims at discussing, in the current context of globalization, the relationship between three themes: education, digital technologies and development. From a historicalcritical horizon there is a dialogue with authors of information and communication technologies in connection with others who present the tension between the conventional paradigm and emerging concepts of development. The methodology consisted on the refl ection on the sociohistorical movement to identify possible trends and contradictions in the current process of globalization under the decisive infl uence of digital technologies as a component that enhances educative mediations and new modes of cognition. As a result, the study indicates challenges and paths for a critical education that passes through the demystifi cation of digital technologies in their pseudo neutrality. It is argued that, in education, digital technologies need to be seen as part of the context of ideological disputes regarding the vision of society one wants to build.
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